Legislativo Judiciário Executivo

Presidente da Câmara de Juazeiro do Norte articula CPI para investigar ele mesmo após afastamento

Darlan Lobo chegou a ser afastado por 180 dias por suspeita de crimes contra a administração pública

Escrito por
Felipe Azevedo felipe.azevedo@svm.com.br
Presidente da Câmara de Juazeiro Darlan Lobo
Legenda: Darlan Lobo chegou a ser afastado do cargo em novembro do ano passado
Foto: Reprodução/Facebook Câmara de Juazeiro do Norte

O presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, vereador Darlan Lobo (MDB), articulou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para que ele mesmo seja investigado pelos colegas. O pedido foi apresentado e lido na sessão desta terça-feira (20) e recebeu a assinatura de 11 vereadores. A intenção é investigar suspeitas de envolvimento do parlamentar em esquema de fraude de licitação na Prefeitura.

Em novembro do ano passado Darlan Lobo chegou a ser afastado por 180 dias do cargo em meio a uma operação da Polícia Civil para apurar crimes contra a administração pública. Uma das suspeitas é de lavagem de dinheiro. 

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De acordo com o pedido de abertura de CPI articulada pelo próprio vereador, ele é suspeito de ser dono de uma loja de material de construção na qual políticos compravam itens a serem utilizados em obras públicas.

O parlamentar argumenta que é à favor da CPI. "Eu venho lutando para essa CPI andar aqui dentro há muito tempo. Pedindo a colegas vereadores. Pedi quando estava afastado, meu advogado foi até a Câmara. Tudo o que precisar eu estou para contribuir", disse o presidente. 

Darlan Lobo afirmou ainda que, se necessário, irá se afastar novamente do cargo para que as investigações prosperem. O colegiado tem o prazo de 120 dias para investigar e apresentar o relatório a partir da data de abertura. Serão designados relator, presidente e membros do grupo. 

Operação 

O afastamento dos vereadores e servidores da Câmara se deu por suspeita de envolvimento na exploração no jogo do bicho e crimes contra a administração pública em novembro de 2021. Servidores públicos também foram afastados por determinação judicial. 

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Giuliano Sena, a operação batizada como Públio Vatínio ocorreu em Crato, Juazeiro, Barbalha, Santana do Cariri e Fortaleza. 

Foram apreendidos R$ 700 mil em espécie, itens de ouro, 39 veículos, bens, imóveis e material de jogo do bicho. Ainda segundo o delegado foi determinado uso de tornozeleira eletrônica para um dos vereadores, mas não disse qual deles.  

Segundo autoridades policiais, foram cumpridos 97 mandados judiciais contra 52 investigados. 

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