Pessoas ligadas a suspeitos de mandar matar Marielle são alvos de medidas cautelares
Medidas incluem uso de tornozeleira eletrônica, entrega dos passaportes e suspensão de porte e posse de armas
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, detalhou as medidas cautelares determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, no escopo da Operação Murder Inc., deflagrada na manhã deste domingo (24).
A principal medida foi a prisão preventiva dos três suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Mas também foram determinadas medidas cautelares contra pessoas ligadas ao suspeito, incluindo uso de tornozeleira eletrônica e entrega de passaportes.
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Foram detidos o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Rivaldo Barbosa. Os três serão transferidos, ainda na tarde deste domingo, para o Presídio Federal de Brasília.
Além das prisões, também foram executados 12 mandados de busca e apreensão nas casas, locais de trabalho e veículos dos três suspeitos e de pessoas ligadas a eles. A única exceção foi o Congresso Nacional, local de trabalho de Chiquinho Brazão.
Foram alvos dos mandados de busca e apreensão Erica Andrade, esposa de Rivaldo Barbosa; Giniton Lages, ex-chefe da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro; Marco Antônio Barros, comissário da Polícia Civil do Rio; e Robson Calixto, assessor do TCE-RJ.
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Um dos nomes que chama atenção é o de Giniton Lages, que estava a frente da Divisão de Homicídios quando o órgão começou as investigações do assassinato de Marielle e Anderson. Ele sucedeu Rivaldo Barbosa no comando desse departamento.
Todas as pessoas alvos dos mandados da Polícia Federal também foram objetos de outras medidas cautelares. Entre elas, a obrigação de usar tornozeleira eletrônica, a entrega de passaportes às autoridades policiais e a proibição de se comunicarem com os demais investigados.
No caso daqueles que exerciam cargos na Polícia Civil, eles ficam suspensos da função e têm o porte e a posse de armas também suspensos. Os investigados também tiveram as contas bancárias congeladas assim como foi quebrado o sigilo de dados em equipamentos eletrônicos (computadores, celulares etc) pertencentes a eles.
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Todas as medidas cautelares estavam destacadas nos autos do inquérito, que tiveram o sigilo suspenso na tarde deste domingo por Alexandre de Moraes.
"(Este momento) representa, a meu ver, um triunfo do Estado brasileiro contra a criminalidade organizada", ressaltou Lewandowski. "As forças de segurança no Brasil estão alertas, atentas e estão suficientemente preparadas para enfrentar o crime organizado".
Transferência
Lewandowski também detalhou o procedimento com os irmãos Brazão e com o delegado Rivaldo Barbosa após a prisão preventiva. Os três foram levados para as dependências da Polícia Civil do Rio de Janeiro, onde deveriam passar por exame no Instituto Médico Legal.
Após isso, seriam transferidos para Brasília. A perspectiva é de que o avião transportando os suspeitos chegasse à capital federal até às 16h30 deste domingo. "Mas o horário pode ser antencipado", disse o ministro da Justiça. Após isso, eles devem ser direcionados ao Presídio Federal de Brasília.