Oposição entrega ao Senado novo pedido de impeachment contra Moraes; veja o que diz solicitação
Com este pedido, há um total de 23 solicitações de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na Casa Legislativa
Deputados e senadores apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolaram, nessa segunda-feira (9), mais um pedido de pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os congressistas se reuniram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a quem cabe instaurar o processo.
Anteriormente, o parlamentar mineiro já havia sinalizado que não planeja dar prosseguimento a um processo de impeachment contra magistrados da Corte. Conforme a legislação atual, não existe um prazo para que os chefes das Casas Legislativas decidam sobre um pedido que chega ao Congresso Nacional, segundo informações do jornal Metrópoles.
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O documento, entregue nessa segunda-feira, afirma que Moraes forjou provas, cerceou a liberdade de expressão e abusou do poder visando perseguir opositores políticos. Os argumentos justificariam a instauração do processo em razão de um suposto crime de responsabilidade cometido pelo ministro. A solicitação foi apresentada dois dias após o ato na Avenida Paulista que reuniu Bolsonaro e seus apoiadores com palavras de ordem contra o membro do STF.
Com o novo pedido protocolado, há um total de 23 solicitações contra Moraes no Senado, deixando o ministro como o que mais tem pedidos de impeachment contra si.
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) é o autor do pedido, que é subscrito por outros 151 deputados. Senadores optaram por não assinar a proposta, por entenderem que poderia criar suspeição sobre um eventual julgamento de Moraes no Senado. Como instrumento de pressão, a oposição trabalha por uma obstrução — procedimento adotado para barrar votações de projetos — no Congresso Nacional.
Paralelamente, na Comissão de Constituição e Justiça, o grupo planeja votar um projeto de lei que visa anistiar os detidos por participarem dos ataques de 8 de Janeiro de 2023, chamados pelos bolsonaristas de "presos políticos".
Veja o que diz o pedido de impeachment:
Moraes teria abusado do poder como juiz
O texto, protocolado em uma plataforma de assinaturas online, diz que Moraes ordenou a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news no STF de maneira ilegal, o que incorre, diz o documento, "em indiscutível abuso de poder".
"A eventual conduta do ministro do STF, exigindo a produção de provas aos seus subordinados com o propósito de atingir várias pessoas apoiadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro para aplicar-lhes medidas restritivas de direitos e sanções, deve ser objeto de uma avaliação objetiva, sendo imprescindível a instauração de um processo, no qual se deve perquirir sobre a existência de crime de responsabilidade", escreveram os parlamentares.
Oposicionistas dizem que ministro produziu provas irregularmente
Esse pedido diz que Moraes produziu provas irregularmente ao ordenar de forma extraoficial, por meio de seus assessores do STF, o órgão de enfrentamento à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para esses parlamentares, Moraes foi "negligente" e "violou direitos constitucionais" e que usa "indevidamente" a prisão preventiva como um "mecanismo de coerção, com o objetivo de forçar delações premiadas".
"A atuação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes levanta preocupações sobre abuso de poder e a violação do devido processo legal", diz o texto. "Não é papel do Senado Federal relativizar ou mitigar a aplicação da lei."
Denúncia tem reportagens como base
As acusações feitas pela oposição têm como base reportagens do jornal Folha de S.Paulo, que mostram pedidos fora do rito para a produção de relatórios do TSE.
As reportagens mostram que servidores loteados no gabinete do ministro enviavam mensagens para que a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), vinculada ao TSE, pelo WhatsApp, solicitando a inclusão de informações ou pedindo a investigação de outros casos a pedido da equipe.
Além disso, a denúncia afirma que houve violação do devido processo legal, já que, segundo eles, houve o uso informal de uma instituição para conduzir investigações, o que comprometeria a imparcialidade e a legalidade dos procedimentos.
Na última quarta-feira (4), a oposição divulgou um manifesto pedindo anistia aos presos do 8 de Janeiro de 2023 e arquivamento dos inquéritos conduzidos por Moraes.