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"O PDT realmente vivencia um momento difícil", diz André Figueiredo, após nova crise com Cid e Ciro

Novas falas de Ciro sobre as relações pessoais e partidárias no Ceará acirraram desentendimentos

Escrito por Luana Barros, Alessandra Castro ,
Ciro e André Figueiredo, Ciro
Legenda: Figueiredo ressaltou, ainda, que o senador Cid Gomes "não precisa da presidência para ser o maio líder dentro do PDT"
Foto: Kid Júnior

Presidente do PDT, o deputado federal André Figueiredo reconheceu que o partido "realmente vivencia um momento difícil" no Ceará. A declaração foi dada na manhã desta sexta-feira (23), em evento partidário em Fortaleza, após nova crise entre os irmãos Ciro e Cid Gomes se tornar pública. 

"O PDT realmente vivencia um momento difícil, ontem se acentuou isso, e nós temos que lutar até o fim pela unidade. Mas se não tiver unidade, o que a gente pode fazer? Vamos para o enfrentamento. Isso é muito ruim. Não posso dizer que estou confortável com essa situação, porque verdadeiramente não estou" 
André Figueiredo
Presidente do PDT Ceará

Desde a noite de quinta-feira (22), o PDT realiza um encontro de lideranças da região Nordeste em Fortaleza. A presença do senador Cid Gomes (PDT), um dos principais nomes do partido, chegou a ser divulgada, mas ele não compareceu em nenhum dos dois dias.

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Já o ex-ministro Ciro Gomes, o prefeito José Sarto (PDT), o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) estiveram presentes. Eles fazem parte da ala do PDT que defende ser oposição ao Governo do Estado - uma das principais divergências de pedetistas nos últimos meses. Deputados estaduais e federais próximos de Cid, que querem a manutenção da aliança com Governo, também não compareceram. 

A expectativa era de que o evento reunisse as duas alas. Todavia, pouco antes do encontro, entrevista de Ciro Gomes ao PontoPoder sinalizou para a manutenção das divergências internas do partido e acirramento da relação com o grupo petista no Estado liderado pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

Na entrevista, Ciro também explicitou a crise com o irmão Cid, que se arrasta desde 2022. Ambos defenderam candidaturas diferentes ao Governo do Ceará no ano passado. Enquanto Ciro defendia o nome de Roberto Cláudio, Cid queria a ex-governadora Izolda Cela como candidata pelo PDT. 

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'Cada um para o seu lado'

Nesta sexta-feira (23), André Figueiredo falou sobre a relação com Cid após ser questionado sobre a ausência do senador. Na ocasião, o dirigente disse que teve uma reunião com o colega pela manhã de ontem que "começou muito boa", mas não teve o mesmo fim.  

"Talvez seja melhor realmente resolvermos a situação cada um indo para o seu lado. Quem quiser apoiar o governador Elmano, pode apoiar. Eu, particularmente, não tenho nada contra o governador, absolutamente nada, gosto dele, mas o PDT não foi eleito, o PDT não participou da eleição do Elmano. O PDT tem que reconhecer a democracia civil de vitórias e derrotas, nós fomos derrotados. A virtude de um derrotado é saber reconhecer quem venceu, e não aderir a ele", frisou. 

Diante da crise interna dentro do partido, aliados de Cid têm defendido o nome dele para comandar a legenda no Ceará — cargo hoje ocupado por Figueiredo. Questionado sobre essa situação, André declarou que o senador "não precisa da presidência para ser o maior líder (político) dentro do PDT" no Ceará. 

"Ele foi, durante sete anos, desde que entrou em 2015 até 2022, o grande comandante de todos os pedetistas, e eu nunca esperneei por conta disso porque reconheço nele essa liderança. Então, não precisa dessa obsessão de ocuparem tribuna da Assembleia para dizer que o PDT só não racha se ele for o presidente. Acho que isso é completamente equivocado. Eu, particularmente, não tenho apego a essa função de presidente, mas essa é uma missão. Achar que o Cid ser o presidente vai unificar o partido, é uma ideia equivocada, porque nós temos, lamentavelmente, sequelas da eleição passada" 
André Figueiredo
Presidente do PDT Ceará

Figueiredo também falou sobre as ameaças de que pedetistas deixem o partido com a extensão da crise. "Vamos lutar para que uma eventual ruptura não cause debandadas", disse o presidente.

 

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