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Ciro Gomes fala sobre rompimento com Cid: 'essa faca ainda está ardendo muito nas minhas costas'

O ex-ministro preferiu não dar detalhes sobre a relação com o irmão às vésperas da reunião regional do PDT, em Fortaleza

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Cid e Ciro
Legenda: Irmãos Ferreira Gomes estão afastados desde a campanha eleitoral de 2022
Foto: Thiago Gadelha

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) falou, pela primeira vez desde as eleições de 2022, sobre a relação com o irmão e senador Cid Gomes (PDT). Em entrevista exclusiva na Live PontoPoder, ao ser indagado sobre o irmão, ele pediu para não "fazer nenhum comentário". 

"Esta faca ainda está ardendo muito nas minhas costas, portanto se você me permitir eu não desejo fazer nenhum comentário sobre este assunto, porque a faca ainda arde. Eu acho que eu vou morrer com essa dor nas minhas costas".
Ciro Gomes
Ex-ministro

O ex-ministro aproveitou para falar que sempre preferiu "dar passagem à nova geração, a talentos". Na sequência, ele cita a primeira eleição em que Cid Gomes foi eleito governador do Ceará, em 2006. 

"Não estou arrependido, mas naquela eleição, por exemplo, o Lúcio Alcântara abriria mão para eu, Ciro Gomes, ser o candidato. O Tasso Jereissati insistiu para eu ser o candidato e eu disse: 'vocês não estão entendendo, a minha preocupação com a renovação do Ceará passa também por mim'. (Mas) Não estou arrependido", completou.

Ciro disse ainda que existe uma versão 'negativa' dos Ferreira Gomes, que teria sido 'criada' pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT). "Quem criou essa versão de Ferreira Gomes como uma coisa negativa foi justamente o Camilo Santana, a quem o Cid apoia. Eu não entendo isso", completou.

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O Diário do Nordeste entrou em contato com a assessoria do senador Cid Gomes para comentar a declaração do irmão. A resposta foi a de que  "o senador já declarou que assunto de família se resolve em família".

Em maio deste ano, o senador falou sobre a relação com Ciro. Na ocasião, Cid afirmou que "a relação pessoal, eu não discuto em público". Na sequência, ele fez elogios ao ex-ministro. 

"A minha admiração, o meu reconhecimento de que eu tenho a liderança do Ciro, o papel que ele teve, tem e terá de liderança para o Brasil. Você não enche a mão com cinco nomes de pessoas que sejam lideranças políticas e sejam verdadeiramente comprometidas com o futuro diferente do País, que o Ciro não possa estar", disse Cid. 

Confira a entrevista completa:

Rompimento entre os irmãos

Principais lideranças do PDT no Ceará por mais de uma década, Cid e Ciro estão afastados desde a campanha eleitoral de 2022. Na época candidato à presidência, Ciro foi um dos principais defensores da candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio ao cargo de governador do Ceará. 

Já Cid, preferiu se afastar da disputa eleitoral e acabou aparecendo apenas uma vez na campanha, quando fez ato em favor do então candidato ao Senado, Camilo Santana (PT), e para o próprio Ciro Gomes. 

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Desde então, os dois têm estado em alas opostas dentro do PDT. Enquanto o lado ligado a Ciro - e liderado também por Roberto Cláudio - tem feito oposição ao governador Elmano de Freitas, outra vertente - defendida por Cid - defende a volta da aliança entre PT e PDT no estado. 

Desde outubro de 2022, os dois estiveram no mesmo evento público apenas uma vez, em solenidade no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), no início de junho, quando chegaram separados e não foram vistos conversando. 

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