Novo presidente da Alece agradece a oposição, destaca mulheres na Mesa e se emociona após eleição
O político foi escolhido em chapa única que inclui nomes do PT, MDB, PP e União Brasil
O presidente eleito da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o deputado estadual Romeu Aldigueri (PDT), agradeceu aliados e opositores em seu primeiro discurso após a eleição na Casa. O político destacou a presença de três mulheres (duas delas como vogais) na nova composição da Mesa Diretora. Ele ainda se emocionou ao falar da família.
Aldigueri foi eleito nesta segunda-feira (2), com apoio de 44 deputados. Apenas Pastor Alcides (PL) votou contra a candidatura do companheiro de Casa. Já Carmelo Neto (PL) não compareceu à sessão. Aldigueri foi o único postulante à vaga em uma composição da Mesa Diretora que inclui PT, MDB, PP e União Brasil.
“Quero agradecer ao voto dos 44 que confiaram à Mesa Diretora a condução dos trabalhos desta Casa pelos próximos dois anos. Quero agradecer também a presença e o voto do deputado que votou contrário, isso é da democracia, nós somos a Casa do Povo cearense”
A composição será a seguinte:
- Presidência: Romeu Aldigueri (de saída do PDT)
- 1ª Vice-presidência: Danniel Oliveira (MDB)
- 2ª Vice-presidência: Larissa Gaspar (PT)
- 1ª Secretaria: De Assis Diniz (PT)
- 2ª Vice-Secretaria: Jeová Mota (PDT)
- 3ª Vice-Secretaria: Felipe Mota (União Brasil)
- 4ª Vice-Secretaria: João Jaime (PP)
- Vogal: Luana Regia (Cidadania)
- Vogal: Emília Pessoa (PSDB)
- Vogal: David Duran (Republicanos)
Em sua primeira fala como presidente eleito, Romeu saudou os servidores do Legislativo Estadual e classificou como “árdua missão” suceder o atual presidente, Evandro Leitão (PT), eleito prefeito de Fortaleza.
“Esta é uma das casas mais transparentes e respeitadas na República graças à tarefa da atual Mesa, comandada pelo presidente Evandro Leitão, e de todos os antecessores que por aqui passaram e deram sua contribuição (...) Somos uma Casa de iguais, do mais votado ao menos votado, todos aqui legitimamente representados pelo bem-estar da população cearense”, afirmou.
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Aldigueri disse que, desde as articulações, buscou seguir a “linha de orientação” de uma Mesa Diretora eclética. “Dos três componentes, três são mulheres, além de oito partidos políticos. Uma Mesa de deputados da situação, da oposição e deputados que se declararam independentes”, disse.
No fim do seu discurso, o presidente eleito fez uma homenagem à família e se emocionou ao citar o pai, o engenheiro mecânico e ex-professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Aníbal Arruda, que faleceu em abril deste ano aos 90 anos.
Quem é Romeu Aldigueri
Romeu Aldigueri nasceu em Fortaleza. Pai de 5 filhos, ele se formou em Direito na Universidade Federal do Ceará (UFC). O político tem especialização em Direito Ambiental e mestrado em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional, pela Universidade de Barcelona, na Espanha.
Ele já foi filiado a cinco partidos: PSDB (1997-2007); PPS (2007-2008); PR (2011-2013); Pros (2013-2015) e PDT (2015-até agora).
No período de 1999 a 2002, Romeu foi superintendente do Ibama no Ceará e presidente regional do órgão. Tornou-se Superintendente da Semace de 2003 a 2006. Em 2012, Romeu, aos 42 anos, foi eleito prefeito da cidade de Granja com 99,03% dos votos válidos.
No pleito seguinte, conseguiu eleger a sobrinha, “Amanda do Romeu”, como sucessora no comando da Cidade. Em 2020, foi a vez da então esposa do político, Juliana Aldigueri, sair vitoriosa nas urnas da cidade.
Em setembro do ano passado, Juliana decidiu renunciar ao cargo, abrindo espaço para o vice-prefeito, Aníbal Filho, irmão do deputado estadual. Nas eleições deste ano, Aníbal foi reeleito, agora tendo como vice-prefeita Lígia Aldigueri (PSB), filha do deputado estadual.
Com a influência regional, Romeu decidiu disputar uma vaga na Alece em 2018, sendo o sexto mais votado do Estado, com 89 mil votos. Em 2022, ele foi reeleito com 90,3 mil votos. Sob gestão do governador Elmano de Freitas (PT) no Executivo, Aldigueri foi escolhido como líder do Governo no Legislativo Estadual.
Desde 2023, o deputado luta para deixar o PDT. Ele foi um dos nomes da sigla que ficou ao lado do senador Cid Gomes (PSB) no racha provocado pela indicação de Roberto Cláudio (PDT) como candidato ao Governo do Ceará.