'Não tinha clima', define prefeito de Quixeramobim sobre cancelamento do Carnaval depois da morte de Natany

Decisão foi anunciada pela prefeitura na semana em que aconteceu o crime

Escrito por
Bruno Leite bruno.leite@svm.com.br
Cirilo Pimenta, prefeito de Quixeramobim
Legenda: Cirilo Pimenta foi o entrevistado do Bom Dia Nordeste desta segunda-feira (20)
Foto: Thiago Gadelha

Entrevistado do Bom Dia Nordeste desta segunda-feira (10), o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSB), comentou a decisão da administração municipal em cancelar os festejos de Carnaval deste ano devido ao assassinato da jovem Natany Alves, moradora da cidade.

"Esse crime abalou a cidade, abalou o Estado. Foi feito por pessoas que não são de Quixeramobim, passavam pela cidade, e se deu de forma trágica e aleatória. Acho que qualquer pessoa que passasse naquele momento poderia ter sido a vítima, porque são retirantes que passavam por lá e cometeram esse crime", ressaltou.

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Ao que falou Cirilo, "não tinha clima" para a prefeitura realizar a festa. "Até porque o Carnaval é feito com uma grande participação de jovens e nossa juventude ficou bastante abatida, porque ela era uma pessoa muito entrosada na nossa comunidade, participava de movimentos sociais e era funcionária de uma das grandes empresas que fabricam calçados na cidade", detalhou.

Segundo o entrevistado, a decisão, anunciada por ele em 20 de fevereiro, quatro dias após o crime, foi tomada "respeitando a família [da vítima] e toda a comunidade". 

Crime e indiciamento dos suspeitos

Natany tinha 20 anos e foi sequestrada por três homens ao tentar deixar um estacionamento em Quixeramobim, no dia 16 de fevereiro, quando saía da igreja. Morta a pedradas, o corpo dela foi encontrado horas depois do rapto, numa estrada em Banabuiú, a 71,9 quilômetros do local que foi levada.

Os suspeitos de envolvimento no crime, identificados como Francisco Márcio Freire, Francisco Teodósio Ramos e Jardson do Nascimento, foram indiciados após um inquérito conduzido pela Polícia Civil do Ceará (PCCE).

A denúncia foi oferecida à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) na última quinta-feira (6). Todos foram acusados de latrocínio (roubo seguido de morte), ocultação de cadáver e associação criminosa. Freire, entretanto, vai responder por possível crime de estupro.

A acusação foi recebida pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Quixadá. A unidade do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) reconheceu a existência de prova da materialidade e “indícios suficientes de autoria”, determinando a citação dos réus para responderem no prazo de dez dias.

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