Ministério da Justiça transfere 14 presos entre presídios federais em combate ao crime organizado
Rodízio de rotina acontece em meio às buscas pelos fugitivos de Mossoró, caso inédito de fuga no sistema de segurança máxima
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) anunciou, neste sábado (16), a transferência de 14 presos entre as cinco penitenciárias federais do país. Segundo a pasta, o rodízio é periódico e busca o enfraquecimento dos líderes do crime organizado.
Em nota, o MJSP afirma que o remanejamento faz parte da rotina do sistema prisional. “[A medida] visa impedir articulações das organizações criminosas dentro dos estabelecimentos, além de dificultar e enfraquecer possíveis vínculos nas regiões onde se encontram as penitenciárias federais.
Ainda segundo o Ministério, a movimentação dos internos foi viabilizada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), por meio da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal (DISPF), entre quinta-feira (14) e sexta-feira (15).
Por questões de segurança, os detalhes dessas operações não são informados, como as razões de cada caso e os estados envolvidos diretamente na ação.
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A transferência de detentos é mais uma medida da pasta que ocorre em meio às buscas pelos foragidos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Há pouco mais de um mês, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça protagonizaram a primeira fuga da história do sistema de segurança máxima.
De acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, há evidências de que os detentos que escaparam continuam na região, onde as buscas estão concentradas. Cerca de 500 agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional estão mobilizados na operação que ainda não tem prazo para acabar.
Quem são os presidiários foragidos?
Deibson Cabral Nascimento, 33, e Rogério da Silva Mendonça, 35, são vinculados a uma facção criminosa que tem entre suas principais lideranças Fernandinho Beira-Mar, que, na época da fuga, também estava encarcerado na unidade federal de Mossoró — depois, ele foi transferido para o presídio federal de Catanduvas.
Cada um dos presos soma mais de 70 anos de pena e responde por crimes como homicídio, roubo, latrocínio, tráfico de drogas e organização criminosa.
Os dois estavam na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro do ano passado, quando chegaram transferidos de um outro presídio de segurança máxima em Rio Branco, no Acre, após uma rebelião que resultou na morte de cinco detentos — três deles decapitados.