Fuga em presídio de Mossoró completa 1 mês: entenda como cearenses tentaram ajudar fugitivos
Um chefe da facção foi preso e mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Ceará, na investigação sobre a fuga
As buscas por Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, completam um mês nesta quinta-feira (14). Cearenses ligados a uma facção criminosa carioca tentaram colaborar com a fuga. Um chefe da facção foi preso e mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Ceará.
Mais de 100 policiais cearenses estiveram engajados nas buscas pelos fugitivos, em apoio às Forças de Segurança do Rio Grande do Norte e também para impedir a entrada da dupla no Ceará. O patrulhamento ostensivo é realizado pelo Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (Bepi), da Polícia Militar do Ceará (PMCE), com informações da Coordenadoria de Inteligência (Coin), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), e da Polícia Federal (PF).
Ao total, nos dois estados, mais de 600 agentes de segurança participam das buscas, entre policiais militares, civis, federais, penais e rodoviários federais, além da Força Nacional.
A reportagem apurou, com fonte da PF, que o único suspeito preso no Ceará é um chefe da facção carioca, que tinha controle sobre o tráfico de drogas em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Nícolas Rodrigues Alves, conhecido como 'Homem de Pedra' ou 'Deputado', de 31 anos, é natural de Mossoró (Município onde ocorreu a fuga do presídio), mas residia no Ceará. Ele foi detido pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco/CE) em Fortaleza, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pela 8ª Vara Federal de Mossoró.
A Ficco é composta pela Polícia Federal, SSPDS, Polícia Militar, Polícia Civil do Ceará (PCCE), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado do Ceará (SAP).
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Rede de apoio aos fugitivos
Conforme a fonte da PF ouvida pela reportagem, 'Deputado' movimentou uma rede de apoio dentro da facção criminosa carioca - que tem atuação em todo o Brasil - com o objetivo de tirar Deibson Nascimento e Rogério Mendonça da região de Mossoró.
Outra fonte, da Inteligência da SSPDS, afirma que "os fugitivos receberam apoio, mas, como os envolvidos foram identificados e presos, esse apoio pode não estar mais ocorrendo". A principal suspeita é que a dupla esteja escondida no Município de Baraúnas, no Rio Grande do Norte.
suspeitos de ajudar os fugitivos a tentarem sair do cerco policial já foram detidos. Quatro prisões ocorreram no Estado do Rio Grande do Norte (entre eles, um homem que pegou um carro no Ceará e passou para o Estado vizinho e um proprietário de uma chácara que teria aceitado esconder a dupla, por R$ 5 mil); uma, no Ceará; e a outra no Acre, do irmão de Deibson, Johnney Weyd Nascimento da Silva.
Além de um mandado de prisão, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Ceará, durante esse mês, relacionados à investigação da primeira fuga da história do Sistema Penitenciário Federal de Segurança Máxima.
A Polícia Federal realizou buscas, com ordens judiciais, em imóveis localizados em Aquiraz e em Quixeré, no Ceará, contra suspeitos de participar da rede de apoio aos fugitivos. Materiais foram apreendidos, para colaborar com a investigação. Uma pessoa acabou presa em flagrante, por posse de drogas, em Aquiraz.
"Essa facção tem tentáculos aqui (no Ceará) e lá (no Rio Grande do Norte). Existem células na região de divisas, inclusive em Aracati. E Mossoró fica ao lado. Basta um celular para eles ligarem para alguém e colocarem uma logística em prática. A rede de apoio entra em cena, aparece um recurso para um esconderijo, suprimentos. Os fugitivos não conseguiram sair da área porque não conseguiram furar o bloqueio policial. Seria muita ousadia correr um risco tão alto", analisa a fonte da Inteligência