Jorginho Mello e Renan Calheiros batem boca na CPI da Covid: 'vagabundo', 'ladrão' e 'picareta'
Confusão começou após relator da CPI ser interrompido por senador da base de Bolsonaro
Os senadores Jorginho Mello (PL-SC), da base governista, e Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid-19, bateram boca na sessão desta quinta-feira (22). Houve troca de xingamentos, e Renan, com dedo em riste, saiu de sua cadeira para chegar ao local onde o outro parlamentar estava, sendo impedido por colegas.
Hoje, a Comissão ouve o depoimento de Danilo Trento, diretor institucional da Precisa Medicamentos, empresa que atuou mediando a compra de doses da vacina indiana Covaxin entre o Ministério de Saúde (MS) e a farmacêutica Bharat Biotech. Atualmente, a companhia é investigada pelo Senado Federal.
A confusão teve início quando Jorginho interrompeu Renan para defender o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Renan se mostrou descontente com a ação, e o clima pesou.
"Ele não pode me interromper", disse Renan se dirigindo a Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI. "Eu não permito que o senhor me interrompa", seguiu o relator voltando-se a Mello. "Quando eu acabar, o senhor pode falar, mas no momento em que eu falo não aceito interrupção. Por favor".
Jorginho Mello questiona o procedimento: "Não aceita, mas eu falo do mesmo jeito, o senhor aceitando ou não". "Mas eu não aceito", frisou o relator.
"Vai pros quintos", disse Jorginho Mello, sendo respondido pelo relator logo em seguida: "Vai você com seu presidente e Luciano Hang", retrucou Renan, referindo-se ao empresário bolsonarista, também de Santa Catarina, convocado para a CPI.
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Jorginho, então, replicou: "Vai lavar a boca para falar do Luciano, um homem decente, honrado". "Vai lavar a tua, vagabundo", bradou o alagoano.
"Vagabundo é tu, ladrão. Ladrão, picareta", reagiu Jorginho.
"Ladrão, picareta é você", prosseguiu Renan, dirigindo-se ao catarinense em seguida, sendo contido por outros integrantes da CPI. Nesse momento, os microfones da sessão foram desligados.
Dado o incidente, Omar Aziz pediu aos dois parlamentares que pedissem desculpas um ao outro — o que não ocorreu. Em razão disso, Aziz requereu que os insultos fossem retirados das notas taquigráficas, que registram o conteúdo das audiências.
Silêncio
Logo no começo da oitiva desta quinta, Danilo Trento utilizou o direito de permanecer em silêncio durante o depoimento, garantido pelo pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).