Evandro diz que Sarto tenta 'inviabilizar' a próxima gestão: 'Além da falta de planejamento tem um ingrediente político'
O petista criticou as últimas ações tomadas pela Prefeitura de Fortaleza em meio à crise na saúde
Prefeito eleito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT) classificou as últimas ações do prefeito José Sarto (PDT) à frente do Paço Municipal como uma tentativa de "inviabilizar" a próxima gestão. A declaração foi dada durante entrevista coletiva, realizada nesta sexta-feira (27), para apresentar o relatório preliminar da transição de Governo.
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Para ele, a nomeação de 540 novos servidores nesta semana, em meio à crise na saúde, com falta de insumos básicos no Instituto Doutor José Frota (IJF) e em postos de saúde, tem, também, "ingrediente político" — uma vez que a contratação dos novos profissionais nesse período irá gerar um acréscimo na folha salarial a ser pago a partir de janeiro de 2025.
"A Prefeitura de Fortaleza, na (última) segunda-feira, anuncia a convocação de 540 servidores, sendo 508 guardas municipais e 32 enfermeiros e enfermeiras para o IJF. No mínimo, falta planejamento. Mas a gente sabe que não é isso. Para além da falta de planejamento, tem um ingrediente político. A oito dias (do fim do ano), fazer uma convocação dessa. Se falta esparadrapo, como você vai pagar 540 profissionais? Eles são necessários, mas falta planejamento. É uma forma de inviabilizar a gestão que está assumindo"
Na ocasião, Evandro ressaltou, ainda, que "apenas 50% do que foi demandado de informações de saúde foi enviado" pela atual gestão para a equipe de transição.
Por meio das redes sociais, Sarto rebateu a crítica, questionando se o petista quer administrar sem servidores.
"Eu deveria descumprir os editais, por acaso? Na minha gestão, nestes quatro anos, eu contratei 6 mil servidores por concursos públicos. Esses homens e mulheres não “inviabilizam” a administração, como afirmou Leitão. Na verdade, são esses profissionais que cuidam da nossa cidade. Um prefeito deveria saber disso. Ele quer administrar sem servidores?", indagou Sarto.
Além disso, o atual chefe do Executivo de Fortaleza alegou que o IJF custa cerca de R$ 50 milhões mensais, mas recebe apenas cerca de R$ 6 milhões do Governo do Ceará para arcar com o equipamento, mesmo que metade dos pacientes atendidos seja do Interior.
"É claro que essa conta não fecha. 50% dos pacientes são de fora de Fortaleza, mas o governador só paga por 10%. Por que o Leitão não cobra do governador do PT uma partilha justa desse orçamento?", acrescentou o pedetista.
Heranças no futuro orçamento
Durante a coletiva, o prefeito eleito ressaltou, ainda, que o subsídio a ser pago pela Prefeitura para manter o transporte coletivo em funcionamento em 2025 aumentou em R$ 90 milhões na comparação com o valor pago em 2024, saltando de R$ 158 milhões para R$ 248 milhões no orçamento a ser executado por Evandro no próximo ano.
O petista apontou, também, R$ 3,2 bilhões em dívidas a pagar pelos próximos quatro anos em decorrência de operações de crédito contraídas por Sarto, sendo R$ 1 bilhão a ser pago somente em 2025. Além disso, para o ano que vem, há cerca de R$ 400 milhões empenhados do novo orçamento para quitar inadimplência com fornecedores.
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"Fortaleza tem uma operação de crédito de R$ 3,2 bilhões durante os próximos quatro anos. De fornecedores, que a equipe de transição conseguiu detectar, para 2025, a Prefeitura tem R$ 400 milhões de inadimplência, já empenhados como saldo de dívida. E estão chegando informações por parte de fornecedores de dívidas que não foram empenhadas, ou foram empenhadas e canceladas. A dívida é bem superior", dimensionou Leitão, em coletiva de imprensa concedida em seu escritório.
Sobre o subsídio do transporte público da Capital, Sarto alegou que autorizou o pagamento no orçamento de 2025 para "não aumentar as passagens de ônibus" diante de cortes nos repasses para o custeio da ação feitos pelo Governo do Ceará.
Sobre as operações de crédito, ele disse que conseguiu "recursos para investimentos, para aplicar em obras na Cidade" e indagou se o petista estava com "medo" de encarar o desafio.
"Em quatro anos, eu construí 17 escolas, 34 creches, 24 postos de saúde, 3 hospitais, 53 areninhas, 22 escolas areninhas e mais de 310 quilômetros de ruas de tijolinho. É para isso que serve o dinheiro público. Para melhorar a vida das pessoas. Será que Leitão está é com medo de encarar o desafio?", complementou Sarto.
Veja a resposta na íntegra
"Evandro Leitão me “acusou” de tentar “inviabilizar” a gestão dele. Vejam só do que estou sendo acusado. Ele me criticou por convocar 540 novos servidores públicos concursados nas áreas da saúde e da segurança pública. Eu deveria descumprir os editais, por acaso? Na minha gestão, nestes quatros anos, eu contratei 6 mil servidores por concursos públicos. Esses homens e mulheres não “inviabilizam” a administração, como afirmou Leitão. Na verdade, são esses profissionais que cuidam da nossa cidade. Um prefeito deveria saber disso. Ele quer administrar sem servidores?
Leitão também achou ruim porque autorizei o pagamento de subsídio do transporte público em Fortaleza. Fiz isso para não aumentar as passagens de ônibus. Fiz isso porque o governador cortou os repasses para Fortaleza. Será que o Leitão também vai cortar os repasses e reajustar as tarifas?
Evandro também me “acusou” de conseguir recursos para investimentos, para aplicar em obras na cidade. Em quatro anos, eu construí 17 escolas, 34 creches, 24 postos de saúde, 3 hospitais, 53 areninhas, 22 escolas areninhas e mais de 310 quilômetros de ruas de tijolinho. É para isso que serve o dinheiro público. Para melhorar a vida das pessoas. Será que Leitão está é com medo de encarar o desafio?
Leitão também reclamou da situação do IJF. O hospital custa todo mês cerca de R$ 50 milhões para Fortaleza. Mas metade dos pacientes atendidos lá são do Interior do Estado. Sabem quanto o Governo do Ceará vinha repassando mensalmente para cobrir isso? Cerca de R$ 6 milhões. É claro que essa conta não fecha. 50% dos pacientes são de fora de Fortaleza, mas o governador só paga por 10%. Por que o Leitão não cobra do governador do PT uma partilha justa desse orçamento?"