Tecnologia é tendência no varejo mundial

Para ampliar a sensação de bem-estar do cliente, lojistas esforçam-se para levar experiências da web para as lojas

Escrito por Redação ,
Legenda: Lojas da Apple nos Estados Unidos já disponibilizam pagamento via smartphone e tablet. Solução extingue filas e deixa clientes mais confortáveis
Foto: Foto: Reuters

Mesclar a experiência da loja física com as facilidades e comodidade do mundo virtual ainda é considerado um desafio para muitas empresas. Diversas novidades tecnológicas, porém, estão surgindo a todo momento para provar que isso não só tem se tornado cada vez mais possível, como também já é uma tendência no varejo mundial. Provadores digitais, pagamento via tablet e câmeras inteligentes são apenas alguns exemplos de serviços que devem se tornar comuns nos próximos anos, inclusive no comércio do Brasil.

Segundo o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) Fortaleza, Freitas Cordeiro, que participou no início deste ano do 103º Retail's Big Show, o maior evento para o varejo do mundo, realizado em Nova York, algumas soluções apresentadas na feira já são bastante acessíveis para os varejistas do Ceará, tais como o pagamento via tablet ou smartphone.

"O cliente pode passar duas horas escolhendo um produto, mas, se ficar cinco minutos numa fila, já fica irritado. Assim, é importante buscar soluções para reduzir essa espera. Usar um tablet para surpreender o consumidor e permitir que ele pague logo é algo incrível. Isso já é feito nas lojas da Apple dos Estados Unidos", comenta.

Provador inteligente

Outro solução tecnológica que chamou a atenção do presidente da CDL de Fortaleza no 103º Retail's Big Show foi o chamado provador inteligente, que é, segundo ele, um perfeito exemplo da união entre loja física e virtual. "Você chega na loja e tem apenas algumas peças para exposição, não para uso. Daí, após baixar o aplicativo da marca, você tira fotos das etiquetas daquilo que te agrada e vai em direção ao provador. Chegando lá, todas as peças selecionadas já estarão disponíveis em um cabide. Se testar e não ficar bem, ela é trocada na mesma hora, sem que haja a necessidade do consumidor se locomover", explica Freitas.

Para ele, esse tipo de tecnologia é um pouco mais complexa, mas também deve chegar ao Brasil nos próximos anos. "Essa dor de cabeça de pegar uma peça, provar, ver que não serviu e ter que voltar para pegar outra não deve existir no futuro. Os varejistas, aliás, já podem buscar soluções para evitar isso. Basta colocar um funcionário treinado por perto para que ele troque o produto rapidamente", fala.

Soluções nos mercados

Outra novidade que deve fazer a diferença no varejo, principalmente nos mercados, são os equipamentos de auto compra. Com esses dispositivos, basta fazer a leitura dos códigos de barras dos produtos, depois apresentar o cartão no caixa da loja e pagar. Assim, o estabelecimento já vai preparando tudo antes mesmo que o cliente termine as compras. Ainda há a opção de o consumidor receber seus produtos em casa. "A grande maioria dos lojistas de Fortaleza, infelizmente, não busca essas soluções. Nós trazemos as novidades para eles, mas não vejo muitos apostando. Creio que isso vai mudar nos próximos anos", diz Freitas.

Também apresentado no Retail's Big Show, o sistema de câmeras de vídeo inteligentes é outra novidade tecnológica que promete invadir o varejo nos próximos anos. Trata-se de uma equipamento capaz de identificar a movimentação dos usuários conectados e usar telas espalhadas pela loja para conversar com diferentes clientes, mostrando promoções e sugestões em diferentes sessões.

Adaptar-se ou sair

Na opinião de Freitas Cordeiro, se os varejistas não se adaptarem a essas tendências, de mesclar o real com o virtual, pode ser que no futuro eles não tenham mais mercado. "Não é mais uma questão de vontade, mas de sobrevivência", ressalta. (AL)

FIQUE POR DENTRO

Primeira 'loja inteligente' é brasileira

Você sabia que a primeira "loja inteligente" da América Latina é brasileira? Apresentada em agosto de 2011, no shopping Iguatemi Alphaville, de São Paulo, a unidade da marca Billabong, que vende moda surf, já contava com tecnologia 100% Radio Frequency Identification (RFID), que utiliza ondas eletromagnéticas para transmitir dados armazenados em um microchip localizado na etiquetas das peças, mesclando interatividade, funcionalidade e modernidade no varejo. Todos os produtos da loja possuíam um chip com informações, conectando-os a TVs e iPads e proporcionando aos clientes acesso a detalhes sobre o item escolhido, seja por meio de provadores, espelhos e expositores inteligentes (que acionam o vendedor via SMS, oferecem opções de peças para combinar, mostram lookbooks e vídeos de acordo com o produto, calculam o valor da compra, possibilitam autorretrato com opção de envio da foto para e-mail e redes sociais entre outros serviços) ou self checkout (auto finalização da compra). A CDL Fortaleza apresentou, inclusive, o modelo dessa loja em 2012, no evento "Cenários do Varejo", realizado entre os dias 9 e 10 de fevereiro daquele ano.

Sem espera

“O cliente pode passar horas escolhendo algo, mas se pega cinco minutos de fila, já se irrita. Assim, é preciso buscar soluções”
 
FREITAS CORDEIRO
Presidente da CDL de Fortaleza 
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