Coronavírus: supermercados ampliam contratações
Pelo menos duas empresas cearenses têm vagas abertas para atender à demanda crescente
O aumento da demanda e a preocupação com a saúde de funcionários por conta do avanço da pandemia do coronavírus fizeram, ao menos, duas empresas cearenses contratarem mais trabalhadores. A rede de supermercados Frangolândia, com 15 unidades no Estado, está com processo seletivo aberto para operador de caixa. Segundo o diretor financeiro Ramon Ximenes, não há número definido de vagas, mas ele acredita que deve gerar cerca de 90 novos postos de trabalho.
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"Com essa questão do coronavírus, tivemos de dar férias para pessoas com quadro de risco. Como o volume de clientes aumentou, resolvemos contratar mais gente, algo em torno de cinco ou seis pessoas por loja".
Ele explica que, neste primeiro momento, a contratação ocorre em regime intermitente. "A gente quer pessoas que estão trabalhando, mas que estão paradas por conta do coronavírus". Para concorrer às vagas, os interessados devem ir a uma das lojas da rede portando carteira de trabalho.
Outro exemplo é a indústria de polpa de frutas, Frutã, no Município de Jaguaribe. A proprietária da empresa resolveu dividir a equipe. Ana Patrícia Diógenes conta que metade foi enviada para trabalhar em casa, como funcionários dos setores comercial e administrativo, e a outra parte ficou na fábrica.
"Se a indústria toda ficasse trabalhando e alguém ficasse doente passava para todo mundo. Dividimos mais ou menos pela metade. Aí resolvemos contratar trabalhadores temporários ou diaristas. Colocamos essas pessoas em áreas menos trabalhosas, como separação e limpeza de frutas, e começamos esse esquema nesta semana".
Ela explica que cerca de 15 pessoas já iniciaram na fábrica e que na próxima semana outro grupo novato de trabalhadores entram no esquema, enquanto o primeiro ficará em casa.
"A ideia é fazer com esses trabalhadores venham uma semana sim outra não, mantendo um certo isolamento. Nós estamos tentando desconstruir esse terror, mas ao mesmo tempo tomamos todas as providências para manter a higienização e proteger os funcionários. Não vamos demitir, mas também não podemos comprometer o processo industrial", completa.
Segundo Diógenes, a produção deve aumentar neste mês. A estimativa, de acordo com a proprietária, é que as vendas cresçam cerca de 30% neste período de crise do novo coronavírus.
"A demanda está aumentando muito, então a nossa ideia realmente é aumentar o número de empregos. A nossa produção também vai crescer. A gente produz algumas centenas de toneladas de polpa, e eu estou recusando alguns serviços porque não estou conseguindo atender", informou.