Com intenção de compra estável, mais da metade dos fortalezenses pretendem gastar mais de R$ 1 mil

Nova pesquisa ICC sinalizou ainda que vestuários e móveis são as primeiras opções na projeção de gastos do consumidor em Fortaleza

Escrito por Redação ,
Legenda: Comércio de roupas em Fortaleza: ítens de vestuário são os primeiros na intenção de compras do consumidor na capital cearense
Foto: José Leomar

Agosto tem sido o terceiro mês de retomada das atividades econômicas em Fortaleza, depois que a capital cearense passou pelo pico da crise do novo coronavírus em abril e maio. A sequência de reabertura do mercado, acompanhada pela redução nos números de contágio e óbitos no município, tem ajudado os consumidores a retomarem a confiança no próprio poder aquisitivo. A nova pesquisa Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-CE), revela que 55,5% das pessoas entrevistadas têm intenção de gastar mais de R$ 1.000 em compras, na situação atual.

Para a diretora institucional da Fecomércio, Cláudia Brilhante, o otimismo da maioria dos entrevistados precisa ser ponderado, ainda, por uma perspectiva das incertezas geradas pelas restrições da pandemia. "Isso também gera uma certa preocupação para nós, do comércio: a partir do momento que me empolgo e gasto muito, posso me tornar um grande endividado. Então a gente orienta o consumidor para que compre aquilo que é necessário, à vista, e evite fazer dívidas grandes", sinaliza ela. 

Brilhante reforça que a atividade econômica ainda depende do momento extremamente delicado na saúde pública. "Não sabemos, ainda, o que vem pela frente", acrescentou ela, recomendando "muita responsabilidade e cautela" nos gastos. 

A diretora contextualiza que a injeção na economia fortalezense foi estimulada pela distribuição do auxílio emergencial de R$ 600 para os trabalhadores informais. Passada a "pior fase" do mercado, de abril até aqui, o consumidor pôde respirar, honrar dívidas, e até contar com alguma sobra no orçamento. 

"O auxílio foi o grande bote salva-vidas dessa pandemia. Muita gente perdeu o emprego, e quem era autônomo teve que fechar tudo e parar de vender. Em abril, maio e no início de junho, as pessoas pagaram suas dívidas. Já em julho e agosto, os que se organizaram melhor conseguiram economizar um pouquinho", observa Cláudia Brilhante. 

Projeções

Com essa base para justificar o otimismo na intenção de compras, o consumidor fortalezense também teve a oportunidade de identificar algumas projeções de gastos diante do tempo maior dentro de casa, provocado pelo isolamento social. A pesquisa ICC apontou que os produtos de vestuários (roupas) foram os mais desejados pelos consumidores neste mês, com 19,5% das intenções de compra. Em segundo lugar, aparecem os móveis (guarda-roupas, cama), com 14,5%.

"O setor de construção, móveis e eletrodomésticos tiveram um movimento aquecido dentro da pandemia, porque as pessoas ficaram confinadas e perceberam tudo que precisava melhorar dentro de suas casas. Antes, muita gente só parava em casa pra dormir. Então, com isso, algumas começaram a fazer reformas, por exemplo", justifica Brilhante.

Média

Em termos técnicos, a diretora da Fecomércio situa que o ICC é medido por dois índices. O Índice de Situação Presente, que revela como está a situação financeira do consumidor no momento em que é entrevistado. E o Índice de Situação Futura, pelo qual a fonte revela o que espera para seu futuro financeiro. "O que puxou a elevação do ICC foi o de Situação Presente. Neste, a gente teve um acréscimo de 5,4% (em relação a julho)", especifica Cláudia Brilhante. 

Para a diretora, além do auxílio emergencial, a liberação da primeira parcela do 13º salário aos servidores públicos da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado também contribuiu para que o consumidor fortalezense se sentisse com "dinheiro no bolso". 

A pesquisa reforça que 51,9% dos entrevistados declararam como a situação financeira familiar até melhorou, em relação ao ano anterior. E 67,7% estão otimistas quanto às condições de orçamento da família para o futuro. "Ainda assim, é necessário ter responsabilidade para não gerar dívidas no momento e ter que arcá-las adiante", pondera Brilhante. 

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