Chocolates têm 39,1% de impostos e joias 50,44%; veja o impacto dos tributos no Dia dos Namorados

Pesquisa realizada pelo IBPT mostra efeito da tributação sobre os presentes mais buscados para a data

Escrito por Diário do Nordeste/Agência Brasil ,
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Legenda: Pesquisa do IBPT calcula a tributação de produtos que estão na lista de presentes para o Dia dos Namorados
Foto: Camila Lima

O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) detalhou o impacto dos impostos sobre os produtos mais buscados pelos brasileiros para presentear no Dia dos Namorados, comemorado na próxima segunda-feira (12). O IBPT calcula os tributos diretos e os indiretos que estão na etapa de produção.

A pesquisa elenca os percentuais de impostos sobre produtos como perfumes, chocolates, joias e flores - em uma variação de 15,52% até 78,99% do valor final dos itens que estão na lista de presentes para a data. 

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Entre os citados, as flores naturais recebem a menor tributação, sendo tributadas em 17,71%. Os chocolates - um dos itens mais lembrados - têm tributação de 39,61%.

Outros produtos, no entanto, possuem uma tributação superior aos 50%. É o caso de relógios e joias: o primeiro, tem taxação de 56,14%, enquanto as joias são tributadas em 50,44%. As bijuterias, por sua vez, tem tributação um pouco menor: de 43,36%. 

Ainda na lista de itens mais procurados nessa época do ano, o perfume possui uma das maiores incidências de impostos. O nacional tem um percentual de 69,13% de tributação, enquanto o importado é taxado em 78,99%. 

No caso deste último, pesam sobre ele impostos de importação, frete, a dolarização, desembaraço aduaneiro e taxa de comércio exterior, o que acaba encarecendo ainda mais o valor pago pelo consumidor final. 

Por outro lado, os livros estão entre os menos taxados, com uma incidência de 15,52%. Isto porque eles não possuem taxação de saúda, apesar de outros custos acabarem influenciando na precificação, como a produção na indústria editorial, a energia elétrica, os equipamentos, os funcionários, o frete e a gasolina.

Reforma Tributária

Diretor do IBPT, Carlos Pinto ressalta a simplificação dos tributos prevista pela Reforma Tributária, algo que pode ter impacto para o consumidor final. 

"Aí, a gente está falando de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Serviços (ISS), Programa de Integração Social e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/COFINS). Esse momento demonstra a necessidade de fato de o Brasil adotar uma política transparente dos tributos que estão sendo pagos", ressalta.

Ele destaca que o "efeito cascata" dos tributos faz com que o preço aumente para o consumidor, algo que piora em períodos em que aqueles produtos são mais procurados. 

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Além disso, ele destaca a regressividade dos impostos pagos sobre consumo, que faz com que, independente da renda, todos paguem o mesmo percentual de impostos - algo que pode agravar a desigualdade. 

Em uma geladeira que custa, por exemplo, R$ 3 mil, a carga tributária é de 60%, o que significa que R$ 1,8 mil são tributos. Para um trabalhador que ganha salário mínimo, R$ 1,8 mil representam cerca de 140% do salário dele; quem ganha R$ 10 mil paga 18% do salário. "O sistema regressivo do Brasil é extremamente prejudicial", afirma.

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