AmBev anuncia megafusão com a belga Interbrew

Escrito por Redação ,
São Paulo - Numa operação divulgada na Bélgica e no Brasil, a Interbrew e a AmBev anunciaram um negócio que vai criar a maior fabricante de cerveja do mundo, desbancando a americana Anheuser-Busch em volume produzido. A americana segue líder em valor de vendas. Pelo acordo, a belga Interbrew comprou 52,5% do capital votante da AmBev, líder do mercado de cervejas no Brasil, em um negócio de 9,2 bilhões de euros.

Apesar disso, executivos da AmBev negam que a empresa tenha sido vendida. Dizem que foi assinado um acordo de acionistas por meio do qual as duas companhias terão controle compartilhado e o mesmo número de integrantes no conselho de administração da nova empresa.

“A AmBev não foi comprada”, disse o diretor-executivo da AmBev, Carlos Britto. “O importante não é o controle acionário, mas sim o acordo de acionistas que rege a companhia.”

A nova empresa terá operação em 32 países, com 70 mil funcionários e quase US$ 11 bilhões de receitas anuais. A InterbrewAmBev, como a nova empresa será chamada, terá três marcas globais: Stella Artois, belga, Beck’s, alemã, e a brasileira Brahma.

Pelo acordo, a Interbrew emitirá 141,7 milhões de ações, equivalentes a 3,3 bilhões de euros, para assumir a Braco, holding dos empresários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, que controla a AmBev com 52,5% do capital votante. Em troca, os três brasileiros terão 25% do capital votante da InterbrewAmBev, cuja sede ficará em Leuven, Bélgica. As três famílias belgas que controlam a Interbrew terão 50% do capital votante na nova companhia.

Nos próximos seis meses, como determina a lei brasileira, a Interbrew terá que fazer oferta pública pelas ações ordinárias dos minoritários no Brasil pagando 80% do preço que oferecerá aos acionistas da Braco.

Se houver uma adesão total dos minoritários a essa oferta, a Interbrew terá 84,9% do capital votante da AmBev e 57,4% do capital total. O restante das ações da AmBev permanecerá com a Fundação Antonio e Helena Zerrenner.

SCHINCARIOL - A Schincariol, segunda maior cervejaria do Brasil, contesta a versão da belga Interbrew e da AmBev de que a negociação fechada não pode ser caracterizada tecnicamente como fusão ou compra. Segundo o gerente de marketing do grupo Schincariol, Luiz Cláudio Araújo, a operação foi de compra. A Schincariol espera que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) barre a operação no País. “Mesmo diante da possibilidade de troca de ações, no Brasil ou no exterior, haverá alienação indireta de participação do mercado nacional”, disse.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.