Esta coluna entrevistou ontem Jorge Lima, diretor-geral da Refinaria do Pecém, empreendimento da Noxis Energy que será implantado na ZPE do Ceará, na área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Ele transmitiu boas e novas notícias sobre o projeto de implantação de uma unidade de refino na g eografia cearense.
Eis a entrevista, na íntegra:
Em que fase está o projeto da refinaria?
Jorge Lima: No momento, o projeto da Refinaria do Pecém é o mais evoluído dentro do portfólio da Noxis Energy, que conta ainda com a Refinaria de Sergipe, em Barra dos Coqueiros, e com a Refinaria de Ilhéus, na região sul da Bahia. No Ceará, especificamente, estamos na fase de licenciamento ambiental e conclusão da estruturação financeira do empreendimento. Estou assumindo, com muito entusiasmo, esse desafio de ocupar a posição de diretor-geral da refinaria. A experiência que conquistei na Petrobras na construção de refinarias e, ainda, a minha passagem pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará ajudarão muito na concretização desse projeto.
Quais são os objetivos do empreendimento?
Jorge Lima: O Brasil e a região Nordeste, em especial, possuem uma carência muito grande de combustível marítimo (bunker), diesel e gasolina. Por isso, pretendemos suprir o mercado local reduzindo a dependência do mercado externo, trazendo a tão sonhada independência energética ao Ceará. Entendemos que essa autonomia energética é essencial para garantir o desenvolvimento econômico do Estado. Ressalto que a Noxis Energy Participações S/A é uma empresa de capital privado que iniciou suas atividades no ano de 2018 e foi fundada por profissionais com sólidos conhecimentos e experiência na gestão de refino, trading, logística e engenharia. A companhia é sustentada por parcerias estratégicas no Brasil e no exterior, possui sede na cidade do Rio de Janeiro e foi criada com o que há de mais inovador na área de energia. Somos uma empresa visionária, moderna e flexível, cujo nome reflete sua personalidade: aquela que interliga e potencializa as oportunidades com base em sua proposta de valor.
Qual o montante do investimento?
Jorge Lima: A Refinaria de Petróleo do Pecém possui dois acionistas: o grupo brasileiro Ariel Participações e o investidor internacional Eitan Aizenberg. O investimento previsto é de aproximadamente US$ 1,3 bilhão e deverá gerar cerca de 3 mil empregos na fase de construção e 200 empregos diretos e 500 indiretos quando entrar em operação.
Que tipo de combustíveis produzirá?
Jorge Lima: A refinaria produzirá óleo combustível do tipo Bunker para grandes embarcações; diesel marítimo para embarcações menores; diesel destinado aos setores rodoviário e ferroviário, direcionado ao transporte de cargas e passageiros; gasolina, para veículos leves; GLP, para ser utilizado como combustível em aparelhos de aquecimento e equipamentos de cozinha; e o combustível sustentável de aviação (SAF), para o transporte aéreo.
Produzirá também gasolina?
Jorge Lima: A refinaria produzirá todos os combustíveis demandados no Ceará. O Estado terá uma oferta de Hidrogênio Verde que poderemos utilizar junto com a captura de CO², para a produção de metanol e de SAF. Ressalto que esse projeto permitirá considerável diminuição da importação de diesel e gasolina para o Brasil, mas principalmente para o Ceará. Na prática, teremos um combustível economicamente mais competitivo e o consumidor sentirá no bolso o impacto positivo de ter uma refinaria desse porte no Estado.
Quando começará a construção e quando ela estará concluída?
Já obtivemos as autorizações dos órgãos reguladores, inclusive da ANP, e a Licença Prévia (LP) Ambiental. Estamos agora atendendo a todas as recomendações dos órgãos competentes para recebermos a Licença de Instalação (LI) neste segundo semestre e assim podermos iniciar as obras. A nossa expectativa é que a Refinaria do Pecém entre em operação em 2028 com uma capacidade de processamento de 100 mil barris de petróleo por dia. Com esse volume pretendemos atender a toda a demanda de combustíveis do estado do Ceará.
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