Infrações por pilotar sem capacete crescem 75% em dois anos no Ceará

Detran-CE atribui dado a mudanças no padrão de deslocamento e “cultura” do não uso do equipamento de proteção

Escrito por Redação ,
Segundo o superintendente do Detran-CE, Júlio Cavalcanti, a maior parte das infrações pelo não uso do capacete de segurança é cometida por passageiros de motocicletas.
Legenda: Segundo o superintendente do Detran-CE, Júlio Cavalcanti, a maior parte das infrações pelo não uso do capacete de segurança é cometida por passageiros de motocicletas.
Foto: Reinaldo Jorge

De 2019, antes da pandemia de Covid-19, até hoje, cresceu em 75% no Ceará o número de infrações cometidas por motociclistas pelo não uso do capacete de proteção. De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), responsável pelo registro, de janeiro a agosto de 2019 foram flagrados 9.689 pilotos trafegando sem capacete, enquanto que, neste ano, o acumulado do mesmo período foi de 16.957. 

Um aumento significativo no cometimento da infração já havia sido observado pelo departamento em 2020, época da primeira onda da pandemia, quando o Estado registrou 15.134 infrações do tipo entre janeiro e agosto. 

Superintendente do Detran-CE, Júlio Cavalcanti atribui o aumento a mudanças no padrão de deslocamento no trânsito, com trajetos mais curtos, e à cultura de não utilizar o equipamento de proteção, especialmente no Interior e por quem anda na garupa do veículo.

“O capacete está protegendo a parte principal do corpo que é a nossa cabeça. É necessário que se crie essa cultura. Em nenhum momento esse equipamento pode deixar de ser usado”.
Júlio Cavalcanti
Superintendente do Detran-CE
 

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), condutores e passageiros de motocicletas são obrigados a utilizar capacete. O não uso configura infração gravíssima, passível de multa de R$ 293,47 e sete pontos a menos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). 

Assegurando que a fiscalização se mantém atuante mesmo nos momentos mais críticos da pandemia, Cavalcanti acredita que por grande parte das pessoas ter estado ou ainda estar em isolamento social, a maioria dos trajetos diários mudou, o que fez aumentar a quantidade de deslocamentos curtos, ou seja, de casa para algum lugar próximo, gerando nos condutores e nos passageiros uma falsa sensação de segurança que diminuiu o uso do capacete. “A pandemia mexeu com todos nós”, disse. 

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Sem CNH e sem cinto de segurança 

Somente nos oito primeiros meses deste ano, entre janeiro e agosto, o Ceará acumulou, ainda, 10.078 infrações por condução de veículo sem possuir CNH, Permissão Para Dirigir (PPD) ou Autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC). 

Embora alto, o número é 13,12% menor do que o registrado pelo Detran-CE em 2020 (11.600) e 23,74% menor em comparação ao mesmo período de 2019 (13.217). 

Segundo o departamento de trânsito, a fiscalização também detectou menos desrespeito ao uso obrigatório do cinto de segurança nos veículos neste ano. Foram 3.188 registros em 2021 frente a 4.622 em 2020, o que representou uma queda de 31% em um ano. 

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