Hospital Leonardo da Vinci triplicou leitos de UTI Covid, mas taxa de ocupação já chega a 95%

Unidade de saúde referência no combate da Covid-19 no Ceará também registra crescimento na ocupação de dezembro para fevereiro, saindo de 26 para 92 pacientes na UTI

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
UTI Covid-19
Legenda: A unidade de saúde, que se tornou referência no combate do novo coronavírus no Ceará, também chegou a registrar ocupação de 97,2% durante o auge da pandemia, em maio
Foto: Kid Júnior

Sendo uma das referências no combate da Covid-19 no Ceará, o Hospital Leonardo da Vinci, da rede pública estadual, triplicou a quantidade de leitos disponíveis da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de dezembro para fevereiro, após o aumento da demanda.

A unidade saiu de 30 leitos para 96, conforme dados da plataforma IntegraSUS referente ao dia 7 de cada mês. Apesar do aumento de leitos, o Hospital já contabiliza 92 pacientes na UTI e taxa de ocupação de 95,83%. Antes disso, o crescimento já havia duplicado, de dezembro para janeiro, quando foi registrado 63 leitos. 

Durante o auge da pandemia, em maio, a unidade de saúde também chegou a registrar ocupação de 97,2% tendo 104 leitos de UTI com pacientes - dos 107 disponíveis. Como forma de acolher a demanda de atendimento, o Hospital aumentou a o número de leitos para 144, em junho, chegando a 150, em julho. Essa quantidade disponível permaneceu até setembro.

Em outubro, depois da diminuição no número de leitos, a unidade apresentou 100% de ocupação dos leitos da Covid-19, com 26 leitos da UTI e 41 da enfermaria. Já em novembro contabilizou a menor quantidade de pacientes com Covid-19 internados, tendo como referência o dia 7 de cada mês. Foram 13 para 20 leitos de UTI disponíveis.

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Leitos de Enfermaria 

Em relação aos leitos de enfermaria disponíveis, o Hospital Leonardo da Vinci manteve cerca de 66 disponíveis entre maio até outubro, com ocupação reduzindo gradualmente até atingir 23 pacientes internados na enfermaria em novembro. No mesmo mês, o Governo do Estado diminuiu a quantidade total para 38, registrando taxa de ocupação de 60,53%, o menor número desde maio.

Apesar dessa redução, desde dezembro a unidade tem registrado crescimento na quantidade de pacientes internados. Foram 25 no último mês de 2020, 27 em janeiro e 31 em fevereiro, enquanto a taxa de ocupação registrou respectivamente 78,13%, 87,1% e 96,88%. 

Cuidados a serem mantidos

Para a assistente social Ana Lúcia de Jesus Silva, 46 anos, foi com muita apreensão que acompanhou o período de internação de sua mãe, Maria Consuelo de Jesus Lima, 92 anos. A aposentada passou 3 dias na UPA Canindezinho e outros 6 dias no Leonardo da Vinci. Neste último, foi no período específico entre 27 de novembro até 3 de dezembro. Apesar de Maria não ter sido direcionada para a UTI, precisou do auxílio do oxigênio para manter a respiração estável. 

“Foi muito ruim minha mãe ficar internada, ficar sem notícias. A gente tinha notícia porque ficávamos todo dia ligando, buscando a assistente social”, explica Ana Lúcia. 

“A sensação é horrível, a melhor coisa é a pessoa se precaver, ter muito cuidado e ficar em isolamento”, compartilha a filha, que também apresentou diagnóstico positivo para Covid-19. Após a recuperação da doença de sua mãe, a família comemorou a vacinação na última sexta-feira (5). Apesar disso, os cuidados serão mantidos pelos familiares.  

Integração à rede pública

Quando os primeiros casos da Covid-19 chegaram no Ceará, o Governo do Estado requisitou o Hospital Leonardo da Vinci, então desativado, para dar apoio às ações de combate ao coronavírus. Ao fim de novembro, o Hospital Leonardo da Vinci foi adquirido pelo Governo do Estado, tendo sido anunciado em live do governador Camilo Santana (PT).

A unidade iniciou atendimento exclusivo para pacientes com a Covid-19 no dia 23 de março, após o hospital privado ser requisitado pelo estado. Além de pacientes da capital, também recebe enfermos vindos do interior do Estado.

Conforme o contrato da utilização inicial de imóvel, o Hospital estaria disponível até o dia 31 de dezembro do ano passado, somente por 9 meses. Com a aquisição do Leonardo da Vinci, a unidade se integra à rede pública estadual. Durante o anúncio, Camilo afirmou que estavam “transformando hospital privado em hospital público do SUS".

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