Fornecedores têm se negado a vender insumos médicos para o poder público, revela Sarto Nogueira
"O problema está nos preocupando muito" disse o prefeito de Fortaleza nesta segunda-feira (8)
O agravamento da crise de saúde causada pela pandemia da Covid-19 no Ceará tem afetado o equilíbrio entre a oferta e a procura de insumos médicos. Fabricantes estão se negando a fornecer equipamentos, como luvas, medicamentos, entre outros, ao poder público, segundo revelou o prefeito de Fortaleza, Sarto Nogueira, em uma transmissão nas redes sociais nesta segunda-feira (8).
"O problema que está nos preocupando muito é a aquisição de insumos. O mercado privado saturou sua rede antes do mercado público. O que tem acontecido é que fornecedores têm se negado, vez ou outra, a vender insumos para o poder público", explicou o gestor.
O assunto tem sido tratado durante as reuniões do prefeito com o governador do Ceará, Camilo Santana, o titular da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e a secretária Municipal da Saúde, Ana Estela.
Número de novos leitos irá superar o de 2020
Sarto informou que a ampliação de leitos na rede municipal de saúde que atendem infectados pela Covid-19 deste ano será maior que a registrada no primeiro pico da pandemia, em maio do ano passado. "No mês de março vamos superar o número em mais de 100 leitos", disse o gestor.
Atualmente, a demanda de pacientes infectados pelo novo coronavírus que necessitam de um leito de enfermaria ou de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratar a doença já é maior que a disponibilidade de atendimento. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), mesmo pacientes com ordem judicial para conseguir internamento não recebem prazo para o fim da espera.
Nesta segunda-feira, o chefe do Executivo estadual, Camilo Santana, afirmou que entregará mais 37 leitos de enfermaria exclusivos para pacientes da doença em Fortaleza ainda nesta semana. As unidades irão reforçar a demanda do Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara, localizado no bairro Messejana.
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Assistência pediátrica suspensa
Os atendimentos da Maternidade e Emergência Pediátrica do Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana também foram paralisados, segundo a titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Ana Estela. Assim como a unidade do José Walter, que está com o serviço interrompido desde sexta-feira (5), os atendimentos foram distribuídos entre as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e postos de saúde do município. Na unidade, a linha de cuidados materno-infantil foi transferida para o Gonzaguinha de Messejana, informou a secretária na transmissão ao vivo com o Sarto.