A área total do Parque Estadual do Cocó, em Fortaleza, será ampliada com o equivalente a 10 campos de futebol. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema), serão acrescidos mais 10 hectares, e a unidade de conservação passará dos atuais 1.571,29 para 1.581,25 hectares.
A expansão deve ser formalizada em live do governador Camilo Santana, em evento nesta quarta-feira (2). Esta é a semana do Meio Ambiente, cujo dia internacional é celebrado no próximo sábado, dia 5 de junho.
Em agosto de 2019, o titular da Sema, Artur Bruno, anunciou que o Parque ganharia mais 8,28 hectares, chegando a 1.579. O acréscimo seria de uma área de dunas fixas localizada nas proximidades do bairro Cidade 2000. No entanto, a inclusão atrasou por dificuldades na documentação, segundo o secretário.
É uma área muito bonita e vegetada que ainda estava sob domínio da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura) porque havia um projeto anterior para a área. Mostramos a importância de preservar essa área de preservação ambiental e conseguimos trazê-la”
O titular da Sema afirma que parte da área sofreu degradação pela ocupação humana, mas que um acordo com a comunidade local deve instalar uma Areninha e um calçadão de 800 metros para a prática de atividades físicas. Além disso, haverá o plantio de mais árvores na região.
Equilíbrio do clima
O Parque do Cocó foi regulamentado em junho de 2017, cerca de 40 anos após as primeiras reivindicações para as demarcações oficiais. Hoje, é o maior parque natural urbano do Norte/Nordeste e o quarto da América Latina.
Mesmo com os atuais 1.571 hectares, a unidade é sete vezes maior que o Parque Ibirapuera, em São Paulo, que possui 221 hectares, e 4,5 vezes mais extenso que o Central Park, em Nova Iorque, com 341 hectares.
O secretário Artur Bruno defende que qualquer nova anexação ao Parque representa uma vitória.
“Não é uma área pequena. São 10 quarteirões quadrados, 10 campos de futebol. Hoje temos que buscar preservar até uma árvore, e lá tem milhares. Ganha Fortaleza e, com os equipamentos de lazer, ganha a população da Cidade 2000”, ressalta.
Confira algumas características do Parque:
- Abrange áreas dos municípios de Fortaleza, Pacatuba, Itaitinga e Maracanaú;
- Apresenta ecossistemas de manguezal, dunas, restinga e mata de tabuleiro;
- Abriga mais de 130 espécies de aves, além de cavalos marinhos, guaiamuns, raposas, guaxinins, cassacos e saguis;
- Tem mais de 2 km de trilhas interligadas;
- Oferece atividades ao ar livre como trilhas ecológicas guiadas, arvorismo e passeio de barco, mas as atividades estão limitadas em razão da pandemia.
Bruno também destaca que o Cocó funciona como alívio para o clima da Capital cearense e contribui para a melhora da qualidade de vida da população, daí a necessidade de preservá-lo e ampliá-lo, quando possível.
“Hoje, já definimos as áreas de preservação total e quais são de uso controlado; sabemos quais imóveis estão irregulares e não permitimos mais nenhuma construção. As pessoas que moram lá vão permanecer até que o Estado ofereça outra alternativa a essas famílias”, diz.
Local de encontros
O secretário também lembra que, desde 2017, a população vinha aderindo cada vez mais às atividades de lazer no Parque, como o ecoturismo, a prática de caminhadas e ioga, piqueniques e brincadeiras infantis. Mas, com a pandemia, as atividades foram interrompidas.
"Na próxima semana, vamos abrir as trilhas internas para atividades individuais, mas ainda não vai ter o projeto Viva o Parque nem atividades coletivas. Gradualmente, vamos abrindo dependendo dos decretos governamentais”, garante.
Artur Bruno também afirma que, ainda em 2021, novas áreas de lazer devem ser concluídas na Cidade 2000, São João do Tauape e Sabiaguaba, que serão alternativas às já existentes no Cocó, na Aerolândia e no Tancredo Neves.
O Parque do Cocó é uma das 93 unidades de conservação do Ceará, segundo o Cadastro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc). Ao todo, são 30 unidades protegidas a nível estadual; além de 13 municipais, 12 federais e 38 particulares.