Calvície feminina? Caso como da cantora Maraisa é chamado alopecia androgenética; saiba mais

“Sou carequinha aqui em cima, está vendo?”, afirmou Maraisa. Saiba quais são os tratamentos mais utilizados

Escrito por Claudia Riello , claudia.riello@svm.com.br
Maraisa
Legenda: Cantora Maraisa revelou que sofre com a Alopecia
Foto: Foto: Globo

A cantora Maraisa, 33, da dupla Maiara e Maraisa, viralizou ao publicar em suas redes sociais uma condição que acomete o seu couro cabelo.  "Cada vez mais esse curtinho vai ficando mais curto, viu? Aguardem", comentou a artista ao mostrar que precisou retirar o aplique nos cabelos para iniciar um tratamento capilar.  

"Alopecia androgenética é uma doença crônica do couro cabeludo, caracterizada por um processo de miniaturização do folículo que leva o afinamento dos fios e, ao longo do tempo, vai sendo evidenciado pela diminuição do volume capilar. O couro cabeludo fica mais visível e são esses os primeiros sinais da calvície”, explica a dermatologista Lia Albuquerque.

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Legenda: Maraisa em postagem na rede social

Os casos costumam ser mais comuns em homens acima de 50 anos, porém podem ocorrer em mulheres jovens. Esse foi o caso da advogada Gabriela Falcão, 32, que aos 17 anos começou a notar uma diferença no seu cabelo.   

“Meu cabelo, que sempre foi bem cheio e cacheado, estava ficando ralo, acreditei ser efeito do stress pré-vestibular. Quando entrei na faculdade, passei a investir em tratamentos de salão e essas soluções mirabolantes, mas nada resolvia. Comecei a frequentar mais os dermatologistas, me passaram de tudo. Meu diagnóstico mais sincero só veio aos 25 [anos], pelo Dr. Heitor de Sá Gonçalves, que muito calmamente me explicou a minha condição, que seria eficaz no meu caso e que não tem cura”, relata Gabriela. 

Por muito tempo a advogada fez diversos tratamentos, principalmente após o avanço da doença e da queda de cabelo provenientes do parto e amamentação de sua filha. “Na alopecia, os fios não caem, eles ficam bem ralos e vão sumindo”, informa. O uso de medicamentos e tratamentos frearam a evolução da doença, porém, trouxeram diversos efeitos colaterais e queda na qualidade de vida, como dores de cabeça, alterações de libido e muita fadiga. 

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Legenda: Gabriela Falcão recebeu o diagnóstico aos 25 anos

A dermatologista Lia explica que, com o tratamento precoce, é possível obter bons resultados. “O principal objetivo é encorpar mais o fio, deixá-lo mais grosso e diminuir o processo de afinamento dos mesmos”, ressalta. De acordo com a dermatologista, os procedimentos podem ser feitos em casa, com o auxílio de um profissional, usando loções, comprimidos ou no consultório com aplicações de laser e MMP (Microinfusão de Medicação Percutânea). Já nos casos mais avançados, o implante capilar é uma boa solução juntamente com os tratamentos já mencionados.  

Padrões foram feitos para serem quebrados 

Gabriela por muitas vezes ouviu das pessoas que sua doença capilar poderia ser desleixo ou má alimentação. “99,9% sempre tem uma solução para o problema”, afirma. Com o tempo, a advogada escolheu um corte que dê volume e aprendeu a esconder as partes piores.  “As pessoas se chocam quando mostro onde está rarefeito”, confessa. É preciso entender que não há cura, os tratamentos são eficazes, mas não 100%.  

“Com o isolamento social, fui aprendendo a me aceitar desse jeito. Para as mulheres é complicado, o dito como correto é o cabelão, vistoso, símbolo de feminilidade. O importante é desconstruir esse padrão, para que cada pessoa se sinta bonita a sua maneira”, relata Gabriela.