Rosa-do-Deserto: o que é, como cuidar e fazer muda

Originária na África, planta requer alta exposição ao sol e tem flores que variam do branco ao violeta

Escrito por Felipe Mesquita , felipe.mesquita@svm.com.br
cuidados rosa do deserto
Legenda: Planta tem caule grosso e trançado semelhante a uma mini-árvore
Foto: Shutterstock

Planta de clima desértico, a rosa-do-deserto tem flores vibrantes e caule grosso quando cultivada em ambientes de intensa insolação e bem oxigenados. A Adenium obesum, da família Apocynaceae, é avessa a baixas temperaturas e solo encharcado. Podendo chegar a quatro metros de altura, ela é encontrada em tons de rosa e branco, sobretudo, e nas cores amarelo, laranja, vermelho, violeta e até preta.

A rosa-do-deserto é nativa da África, mais especificamente ao sul do deserto do Saara. Segundo a bióloga Rayane de Tasso*, a planta possui raízes e caules espessados e trançados que armazenam água e nutrientes em seu interior. 

O nome científico, inclusive, remete justamente ao caule frondoso da rosa, que se assemelha a uma miniárvore. Esta característica, explica a especialista, confere "grande resistência" à seca. Além disso, ela convive bem com ventos e pouca rega. 

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É venenosa?

Embora seja uma planta com beleza exuberante e forte apelo ornamental, a rosa-do-deserto é considerada tóxica por ter um veneno em sua seiva. A ingestão dela pode causar insuficiência respiratória com sintomas de mal-estar, tontura, náusea e vômito.

A depender da idade e do grau de intoxicação, a planta leva até a morte de humanos e animais de pequeno porte, o que exige a adoção de cuidados preventivos.

"Ela faz parte de uma família de plantas com muitas substâncias tóxicas. Portanto, é uma planta que vai requerer cuidados especiais para evitar ingestão por animais e crianças", alerta Rayane, orientando que ela devem ser mantidas cercadas ou em pontos mais altos, como suportes e prateleiras. 

rosa-do-deserto
Legenda: Rosa-do-deserto tem caule frondoso e cores variadas
Foto: Shutterstock

Quantos anos dura a rosa-do-deserto?

Conforme a bióloga, a  Adenium obesum pode viver por décadas, até mesmo, 100 anos. Já o valor comercial da planta pode variar conforme a idade. Quanto mais velhas, mais caras são ofertadas ao consumidor. Uma planta de mais de 20 anos pode custar, por exemplo, alguns "milhares de reais". 

O que ela simboliza? 

Acredita-se que a rosa do deserto traga riqueza. O caule e as raízes bastante desenvolvidos e espessos representam fertilidade e abundância. Associam-na, ainda, com a resiliência frente a condições ambientais adversas, por ser uma planta característica de ambientes bastante secos e ensolarados. 

Como plantar? 

A recomendação é que ela seja plantada a partir das sementes ou de ramos jovens e das próprias mudas vendidas em sites e lojas especializadas em jardinagem. 

Como podar a rosa do deserto?

Procedimento importante para remover as flores murchas e debilitadas, a poda ajuda a planta a ramificar mais e produzir flores em um menor intervalo de tempo.

"Deve ser feita, pelo menos, uma vez por semestre ou ano. Isso vai depender da sua planta. É sugerido o uso de canela em pó nos cortes da poda. Isso vai ajudar a cicatrizar a região de corte e a canela tem propriedades antifúngica e bactericida", garante Rayane.

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Como fazer muda de rosa-do-deserto?

Após a poda, a bióloga explica que pode-se retirar os galhos e plantá-los diretamente em substrato de areia grossa. Em torno de 30 dias, as primeiras mudas já estarão formadas.

Como cuidar?

A tarefa de cuidar da rosa-do-deserto é "bem fácil". A planta precisa de água, sem excessos para que as raízes não apodreçam, e muito sol, no intervalo mínimo de quatro horas por dia. 

Para saber se a planta necessita de rega, uma dica é apertar o bulbo de leve. Se ele estiver murcho ao toque, a rosa está desidratada. 

rosa-do-deserto é venenosa
Legenda: O nome científico da rosa-do-deserto é Adenium obesum
Foto: Shutterstock

Quantas vezes devemos molhá-la? 

Quando plantada em vaso, basta verificar se o substrato está seco. Se estiver é só molhar a planta. "Lembre-se que essa planta não é tão exigente com água, então a rega não deve ser exagerada", reforça a bióloga.  

*Rayane de Tasso Moreira Ribeiro é Bióloga (UFC), Mestra (USP), Doutora e Pós-Doutora em Botânica (UFRPE). Além disso é professora (Seduc-CE) e Assistente da Iniciativa de Guias de Campo do Museu Field de História Natural (Keller Science Action Center, Chicago, EUA).

 

 

 

 

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