Com poucas semanas separando os estudantes do Enem, o momento é de focar em temas que ainda não ficaram claros. Alimentação antes e durante a prova também deve ser pensada
A poucos dias da realização da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dias 17 e 24 de janeiro, na modalidade presencial, e nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro, na modalidade digital, chegou o momento de focar na revisão dos temas. Em entrevista ao Diário no Enem, Tadeu Celedônio, diretor da EEEP Professor Walquer Cavalcante Maia, no município de Russas, dá dicas sobre como os alunos podem se preparar.
De acordo com Tadeu, uma das opções é conversar com os próprios professores para tirar dúvidas de assuntos que ainda não estão claros. Além disso, a consulta pela internet, com uso de aplicativos, portais e vídeos no Youtube, também entram como sugestões. Contudo, é importante pontuar: procure fontes confiáveis de informação, de preferência que sejam produzidas por instituições de renome.
O diretor também reforça que o aluno busque compreender quais são suas “fortalezas”, ou seja, aqueles temas que já há domínio e que não demandam revisão. Dessa forma, se pode realizar uma lista com os assuntos que ainda devem ser revisados. Ademais, estabelecer um cronograma de estudos auxilia a colocar todas as demandas pendentes no papel e controlar melhor o tempo disponível para estudo.
Para Tadeu Celedônio, a resposta é bem clara: não. Segundo o diretor, o processo de aprendizado do estudante é uma construção. Ou seja, durante todo o período do Ensino Médio é realizada a formação necessária para o Enem. Tomando como exemplo a EEEP Professor Walquer Cavalcante Maia, Tadeu explica que a escola realiza, no mês que antecede o Exame, um maior número de momentos de descontração com os alunos.
“Não adianta nada o aluno ter super competência acadêmica e na hora ele ficar tão nervoso que não consegue fazer nada. Então, eu não acredito numa preparação um dia antes da prova. Esse dia vai ser de descanso, de introspecção, de pensamento positivo, de que vai dar tudo certo, de organização mental para colocar no papel aquilo que ele passou três anos sendo formado.”
O diretor também reforça o papel da instituição de ensino em cuidar do psicológico do estudante, para dar o suporte necessário à realização da prova.”Sem isso ele não consegue, ele não vai se dar bem, não vai conseguir o êxito que tanto espera e almeja.”
Na Escola Cavalcante Maia, durante o próximo mês de janeiro, os alunos irão ter aulas on-line de revisão com conteúdos escolhidos pelos próprios estudantes. “Nesse aulão eles conseguem tirar dúvidas, interagem com o professor e, o mais importante, mantém contato com a escola, com o conhecimento, não ficam tão alheios, tão sozinhos”, explica Tadeu.
Alimentação sem exageros
Manter uma alimentação balanceada é recomendado em todas circunstâncias, mas, às vésperas do Enem, é importante ter atenção redobrada com esse aspecto. De acordo com Filipe Brito, nutricionista, mestre em Saúde Coletiva e professor do curso de Nutrição da Universidade de Fortaleza (Unifor), não é interessante que os estudantes saiam da sua rotina alimentar no dia anterior ao exame.
“Ele (o estudante) também precisa ter um cuidado, principalmente na véspera da prova, com alimentos que são de difícil digestão. Mas isso varia muito de pessoa para pessoa. Mas tendem a ser aqueles alimentos, preparações que são muito condimentadas ou com excessos de gorduras, que são um pouco mais difíceis de digerir. Então, isso pode trazer algum desconforto gástrico pro aluno que vai fazer a prova do Enem.”
Por ser um exame de longa duração, 5h30 no primeiro dia e 5 horas no segundo, um cuidado que não pode ser deixado de lado é o da hidratação. Segundo Filipe, a desidratação pode acarretar piora do raciocínio e da atenção. Logo, o estudante precisa ficar atento para não esquecer de tomar água no decorrer da prova.
Acerca da alimentação durante o Enem, o nutricionista comenta sobre o senso comum de que se deve levar barras de cereal ou chocolate para a prova. Porém, por serem ricas em açúcar, a quantidade de glicose no sangue sobe rapidamente, mas também cai com velocidade. “Nessa queda, acaba tendo uma redução da concentração. Nesse caso, é mais interessante a ingestão de alimentos que não fazem essa variação tão grande do açúcar no sangue, da glicose”. O nutricionista indica que sejam priorizadas barras de proteína, castanhas de caju, sanduíches com pão integral e recheados com queijo, ovo ou frango, além de frutas.