Epidemia é uma classificação epidemiológica usada para entender como uma doença se espalha por um território. Além de ser um conceito cobrado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nas provas de biologia, a atualidade pode cair em outras matérias, como a redação.
O que é epidemia
O conceito de epidemia é utilizado para demarcar a transmissão de uma doença em uma cidade, região ou país. Quando os casos registrados de certa enfermidade ultrapassam a média esperada nesses territórios, é possível que esteja acontecendo uma epidemia daquela doença.
No Brasil, por exemplo, mais de 700 pessoas morreram na epidemia de dengue em 2019. A doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti causa uma das epidemias recorrentes no País. Em 2015 e 2016, o vírus da Zika foi responsável por outra epidemia no Brasil.
Um fator que pode contribuir para o surgimento de novas epidemias, segundo o professor de biologia Hinácio Mahybe, é a fome que leva populações a procurarem animais silvestres como fontes de alimentos. Os vírus presentes no organismo desses animais podem trazer malefícios para humanos, já que as pessoas não teriam anticorpos para combatê-los. Outro fator seria o desmatamento de áreas verdes, que também aproxima esses animais da população.
Epidemia, pandemia, endemia e surto
A epidemia não é a única classificação utilizada para monitorar o avanço da transmissão de uma doença. Quando o número de casos ultrapassa a fronteira de um país ou continente, o cenário pode ser considerado uma pandemia. É a mais grave das definições epidemiológicas.
Porém, antes mesmo de ser considerada uma epidemia, o espalhamento de uma doença pode ser considerado um surto. Essa classificação é utilizada para descrever o aumento repentino de casos, como aconteceu com o sarampo no início de 2020.
Já uma endemia acontece quando certa região apresenta com frequência casos daquela doença. O conceito não é tão relacionado ao número de casos registrados, mas sim a constância daqueles registros. Um exemplo seria a endemia de Febre Amarela nos estados da região Norte do País.
Como as epidemias podem ser cobradas no Enem?
As diferenças entre as classificações epidemiológicas já foram abordadas na prova de 2011, em uma questão da prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias sobre a incidência de casos de malária no mundo. No mesmo ano, outra pergunta questionou os alunos sobre a gripe H1N1.
Questões sobre a Aids, doença que afeta o sistema imunológico causada pelo vírus HIV, também já foi tema de questões do exame. O mundo passou por uma pandemia de Aids nos anos 1980 e ainda não existe vacina, apenas tratamentos com remédios.
Hinácio explica que o assunto cai dentro de um grande tema cobrado pelo Enem: Saúdes públicas. Para o professor, o estudante deve revisar as doenças transmitidas por vírus, as principais epidemias e pandemias da história, os meios de transmissão dessas enfermidades, a prevenção e o tratamento das doenças. “Se o aluno sabe muito bem esses pontos, consegue desenrolar qualquer questão relacionada a assuntos como esses”, diz.
Exemplos de questões envolvendo epidemias
Epidemia de Zika
No verão de 2015, casos de Zika começaram a ser descobertos no nordeste do Brasil. O surto foi considerado uma epidemia no dia 11 de novembro de 2015 pelo Ministério da Saúde. Além de prejudicar quem foi infectado, a doença teve relação direta com o surgimento de diversos casos de bebês que nasceram com microcefalia. Também transmitido pelo Aedes Aegypti, ainda não há vacina para proteger a população do vírus.
Vacinas
As vacinas são responsáveis pela prevenção de inúmeras doenças. A partir da substância feita com os agentes patogênicos causadores das doenças, como um vírus, o organismo pode criar anticorpos para combatê-los. No entanto, a proteção nem sempre é permanente e é necessário que a população continue se imunizando para que o vírus da doença não circule. É por isso que existem calendários a serem seguidos e campanhas de vacinação periódicas. Sem isso, doenças erradicadas podem voltar a causar surtos e epidemias devido a uma grande parte da população que deixou de se vacinar e ficou suscetível à enfermidade.
Acesso ao saneamento básico
Com a pandemia do coronavírus, quando uma das principais formas de prevenção é a higiene constante das mãos, a falta de acesso ao saneamento básico ficou ainda mais evidente como fator que contribui para o agravamento da situação. Sem água encanada ou esgoto tratado, doenças que são transmitidas pelo ar e por gotículas de tosse ou espirro de pessoas contaminadas, podem se proliferar mais rápido devido a inviabilidade de manter a higienização. Outras doenças infecciosas podem também se propagar por meio da água contaminada.