Segunda vítima denuncia estupro sofrido em boate na Lapa, RJ

A boate publicou uma nota repudiando a violência contra as mulheres

Escrito por Redação ,
Boate na Lapa, no Rio de Janeiro
Legenda: Vítimas comunicaram os casos de abuso para a boate
Foto: Reprodução

Uma segunda vítima denunciou ter sofrido estupro dentro da boate Portal Club, na Lapa, no Rio de Janeiro. O relato foi feito após a repercussão do caso de uma universitária estrangeira de 25 anos ter denunciado um abuso coletivo na madrugada de domingo (31). A segunda mulher disse que o caso dela ocorreu no dia 11 de novembro de 2023, enquanto ocorria um show de pagode

Na época, o evento tinha bebida liberada e um homem ficou importunando ela a noite inteira. "O DJ estava tocando e já tinha esse cara me importunando, me afastei, fui para o lado de um bombeiro e um segurança que não fizeram nada", relatou a vítima, que não quis ser identificada. As informações são do Uol.

"Resolvi ficar para curtir um pouco sozinha o DJ. Tomei um pouco de álcool, comi algo no local e fui ao banheiro. Lembro que apaguei", detalhou. Ao acordar, tonta, percebeu que estava sem calça e sem calcinha em um "dark room", sendo um quarto escuro dentro da boate. Havia um homem na frente dela e posteriormente percebeu que tinha um líquido saindo da vagina dela. 

"Tinha acabado de acordar, estava uma barulheira, desci, peguei minhas coisas na chapelaria e, quando estava indo embora, uma funcionária me perguntou se eu tinha consciência de onde estava. Falei que não. Foi aí que ela me disse que eu havia saído de um dark room. Eu respondi e disse que nunca entraria nesse tipo de local".
Vítima de estupro

Boletim de Ocorrência

"No dia seguinte, passei muito mal, de uma forma muito diferente. Só à noite tomei consciência de que poderia ter sido estuprada", declarou. A vítima registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher e tentou realizar o exame para confirmar o estupro no Instituto Médico Legal (IML), mas um médico recusou porque ele era homem.

Apesar de ter retornado ao IML no dia seguinte, não conseguiu, pois não havia mulheres para fazer o exame no crime de estrupo. "Me senti violada". 

Além disso, também disse que a boate foi omissa. Mesmo tendo entrado em contato com eles, nunca teve resposta. "Me senti machucada, o caso dela me gerou gatilhos. Estou indignada que ninguém fez nada. Essa boate tem que ser responsabilizada de alguma forma. Me parece que os funcionários têm a noção de que isso acontece e não fazem nada", concluiu.

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Denúncia de jovem estrangeira

A jovem estrangeira, de 25 anos, denunciou o caso na terça-feira (3). Ela disse que aceitou ir com um homem da festa para o "dark room", mas foi estuprada por vários homens no local. Ela afirma que perdeu a consciência durante a violência sexual e suspeita que alguma substância possa ter sido colocada na bebida dela.  

Após recuperar a consciência, foi atrás de uma amiga que viu o crime. Ela denunciou a agressão aos funcionários da boate, que tentaram dissuadir a vítima de denunciar a ocorrência. 

A boate publicou uma nota repudiando a violência contra as mulheres, dizendo que também acolheu a vítima. "Assim que tomamos conhecimento do incidente, a casa prontamente acolheu a vítima e se colocou à disposição das autoridades para que os fatos sejam imediatamente investigados e esclarecidos. Além disso, fornecemos as imagens e áudio do circuito de segurança aos responsáveis pela investigação".

 

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