Quem faz os resgates e para onde são levados os animais afetados pelas enchentes no RS?
A Defesa Civil do Estado divulgou, na manhã deste sábado (11), que já foram resgatados mais de 10,3 mil animais, entre domésticos e silvestres
Mais de 10,3 mil animais já foram resgatados das enchentes no Rio Grande do Sul, segundo balanço da Defesa Civil do Estado, divulgado na manhã deste sábado (11). Os salvamentos são resultado de ações de voluntários, especialistas, entidades da sociedade civil e do poder público.
São resgatados desde animais domésticos, como cães e gatos, a silvestres, como aves e guaxinins. Na última quinta-feira (9), inclusive, chamou a atenção de todo o Brasil o resgate do cavalo "Caramelo", que passou dias em pé, em cima de um telhado de uma casa parcialmente submersa, sem acesso à água potável.
Por parte do Governo, segundo o G1, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) disponibilizou uma equipe para ajudar o Grupo de Apoio de Resgate de Animais em Desastres (Grad), uma organização não governamental que está atuando no Rio Grande do Sul.
A força-tarefa já esteve em Eldorado do Sul, São Sebastião do Caí, Canoas e Esteio, algumas das cidades mais afetadas pela tragédia climática. "É fundamental reconhecer o empenho de todos os agentes envolvidos nos resgates, que formam uma rede integrada e organizada. Estas ações são essenciais para o salvamento das vidas dos animais", afirmou a titular da Sema, Marjorie Kauffmann.
Além disso, equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e voluntários também têm prestado socorro e atendimento aos animais.
"Ninguém fica para trás, ninguém será deixado para trás. Alguns animais são muito difíceis. Felinos domésticos, os gatos, eles fogem, não querem, é complicado", disse, em entrevista ao G1, o analista ambiental, médico veterinário e chefe dos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Porto Alegre, Paulo Wagner.
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Para onde vão os animais resgatados?
Segundo o G1, após os resgates, os animais são transportados, em segurança, para abrigos ou unidades de acolhimento. Depois, passam por uma triagem veterinária, onde são verificadas as condições de saúde de cada um.
Os bichos que estão saudáveis, mas sem o tutor identificado, são encaminhados para abrigos públicos ou espaços do Grad. Caso estejam com lesões ou hipotermia, são levados para a clínica veterinária mais próxima e tratados.
Há, ainda, abrigos privados montados por entidades de defesa da causa animal, e outros abrigos que acolhem as famílias com seus pets.
Hospital veterinário de campanha
Em Porto Alegre, também foi erguido um hospital de campanha destinado aos animais. De acordo com o G1, a iniciativa é uma colaboração entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a UniSinos, o Exército Brasileiro, a Brigada Militar, o Hospital Vila Nova e a Secretaria Municipal de Administração Pública de Porto Alegre.
No local, voluntários atendem os animais que precisam de cirurgia e que são encaminhados por abrigos.
Caso o animal não esteja sob tutela ou o abrigo não tenha o suporte necessário para o pós-operatório, o bicho é encaminhado para um centro de referência da cidade.