Incentivada pela filha médica, professora de 48 anos decide realizar sonho de cursar medicina
Débora Regina Machado é professora universitária e pesquisadora, mas agora divide a docência com os estudos para passar no vestibular

Mais do que iniciar uma segunda graduação, a professora e pesquisadora Débora Regina Machado, de Campinas (SP), se prepara para realizar um sonho: aos 48 anos, após construir uma carreira como professora universitária e pesquisadora, ela almeja cursar medicina, vontade que a acompanha desde a adolescência.
O incentivo maior veio da filha, Beatriz Machado, que se formou em medicina e recentemente foi aprovada em 1º lugar na residência em medicina intensiva da Universidade de São Paulo (USP).
As duas compartilharam a história de amor e apoio mútuo em uma entrevista ao g1 neste domingo (11). Débora, que se formou em ciências biológicas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 1999, teve Beatriz ainda muito jovem, quando cursava o terceiro semestre do curso.
Apesar da vontade de cursar medicina quando jovem, ela não imaginava que seria possível conseguir realizar esse sonho e seguiu por outros caminhos, fazendo mestrado e doutorado em biomateriais para implante médico e se dedicando à carreira como docente e pesquisadora.
Quando Beatriz se formou em medicina e foi aprovada na residência, Débora, inspirada e incentivada pela filha, decidiu começar a estudar para o vestibular de medicina.
“Minha filha sempre falava: por que você não arrisca? E é verdade. O que vou perder se, depois de tantos anos, tentar Medicina? Formei a minha filha; agora, a ideia é me formar”, contou Débora ao g1.
“Não me sinto incapaz. Não tenho nem nunca tive medo de enfrentar qualquer situação diferente por causa da idade. Não importa se levar um, dois ou três anos”, completou.
A filha Beatriz é a grande apoiadora da mãe e se emocionou ao falar sobre a nova fase de Débora. “Ela me ajudou desde o início da faculdade, com os conteúdos de biologia. Sempre foi uma professora com paixão pelo ensino, sempre batalhou para ter um trabalho de excelência. Quando ela contou que queria fazer medicina, não foi uma surpresa para mim”, ressaltou. “Não é porque é minha mãe, viu? Mas ela é muito batalhadora e guerreira, corre atrás do que quer”, completou, orgulhosa.
Segundo Débora, ter estudado apenas em escolas públicas a afastou do sonho quando jovem, mas o incentivo da filha a fez perceber que ainda valia a pena correr atrás do sonho de ser médica.
A professora universitária conta que também contou com o apoio dos alunos e que, agora, dedica os fins de semana aos estudos e à escrita de redações. “Não coloco a cara para fora de casa. Quando não estou tendo aula, estou dando aula”, comentou. “É hora de eu conquistar o que sempre quis.”