ONGs e tutores de pets fazem protestos em aeroportos pedindo justiça pela morte do cão Joca em avião
Atos semelhantes também foram realizados em Brasília, no Rio de Janeiro, em Cuiabá, no Mato Grosso do Sul e em Curitiba
A manhã deste domingo (28) foi marcada por protestos em dois aeroportos de São Paulo. Os atos foram realizados por donos de cachorros e ONGs de defesa animal, em memória de Joca, o golden retriever que morreu na segunda-feira (22) durante o transporte aéreo da Gollog, empresa da Gol Linhas Aéreas, após um erro no destino.
Segundo informações do g1, os protestos ocorreram no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, e no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo.
Em Guarulhos, onde a morte foi registrada, as organizações e os tutores levaram os pets para protestar contra a falta de segurança para o transporte de animais nos voos. Em Congonhas, o terminal de embarque do aeroporto, em frente ao check in da Gol, foi ocupado pelo protesto contra a morte de Joca.
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Os manifestantes pedem que autoridades brasileiras modifiquem as regras de transporte de bichos de estimação e punam as empresas que violam leis de proteção animal. A frase "Não somos bagagem, somo o amor da vida de alguém" estava presente em faixa na manifestação e tem sido utilizada para protestar contra o ocorrido também nas redes sociais.
A família do tutor de Joca, o engenheiro João Fantazzini Júnior, esteve no ato de Guarulhos. Em discurso, Fantazzini expressou gratidão por quem apoia a causa e cobrou novas regras para o transporte de animais em todas as regiões brasileiras.
Precisou morrer um pra que isso (os protestos) acontecesse. Por isso, tenho muita gratidão por todos que estão aqui e abraçaram essa causa comigo. Precisa ser mudado sim. A única coisa que eu quero é que uma lei venha e que ela mude tudo isso. Porque não é justo. Eles são nossos filhos.
Atos semelhantes também foram realizados, neste domingo (28), no Aeroporto de Brasília; no Aeroporto Santos Dummont, do Rio de Janeiro; no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá; e no aeroporto de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. No sábado (27), houve manifestação no Aeroporto Afonso Penna, em Curitiba.
ENTENDA O CASO
Joca, cachorro de 5 anos da raça Golden Retriever, morreu na segunda-feira (22) durante o transporte aéreo, após um erro no destino. Ele deveria ir de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, no Mato Grosso, onde era aguardado pelo tutor.
No entanto, Joca foi transportado para Fortaleza, no Ceará, por erro da empresa, e só depois foi levado de volta para o Aeroporto Internacional de Guarulhos.
A família do tutor acusa a empresa de não prover os cuidados necessários ao cachorro. Em vídeo divulgado por eles, o cachorro aparece bebendo água em uma garrafa de plástico através das grades do canil
O tutor, João Fantazzini, diz que, ao chegar a Sinop, chegou a perguntar onde poderia buscar o pet no espaço da Gollog, mas foi avisado que teria que voltar para São Paulo porque o animal tinha ido para Fortaleza.
Após retornar ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, encontrou o cachorro morto dentro do canil da empresa. Segundo o atestado de óbito, Joca morreu por uma parada cardiorrespiratória.
A Gol alega que Joca recebeu cuidados da equipe em Fortaleza e que a morte ocorreu logo depois do pouso em Guarulhos. Segundo a empresa, o pet foi embarcado em um voo para Fortaleza "por uma falha operacional".
Em nota, a empresa ainda afirmou que registros do Joca sendo acomodado de volta na aeronave foram enviados ao tutor e que João escolheu voltar para Guarulhos para reencontrar o animal.
A companhia também afirma estar oferecendo suporte ao tutor e estar apurando detalhes do ocorrido "com prioridade total". "Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação", encerra o comunicado.
Na última quarta-feira (24), a Gol suspendeu por 30 dias o serviço de transporte de cães e gatos para viagens no porão das aeronaves. O objetivo, segundo a empresa, é concluir o processo de investigação do caso.
Naquele mesmo dia, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que um processo administrativo foi instaurado para apurar os motivos que levaram à morte de Joca. No comunicado, o órgão diz ter solicitado à Gol detalhes sobre as condições de transporte do animal, o envio para uma localidade diversa da contratada e as condições prestadas para a prestação desse tipo de serviço.