'Hitler da Bahia' é suspeito de comandar crimes digitais e serviu no Exército até janeiro de 2025; defesa nega
Homem seria um dos líderes dentro de grupos nas redes Discord e Telegram

Preso preventivamente desde novembro de 2024 durante a realização da Operação Nix, Luis Alexandre de Oliveira Lessa, de 20 anos, é acusado de uma série de crimes no ambiente virtual, como pedofilia, cyberbullying, perseguição, incitação ao crime, divulgação de pornografia, dentre outros.
Ex-militar (ele foi expulso em janeiro deste ano após as acusações), Lessa foi levado ao 6º Batalhão de Polícia do Exército, mas nesta semana a Justiça autorizou sua transferência para uma cadeia pública enquanto aguarda julgamento. O pedido de habeas corpus dele foi negado.
Sob a identificação de 'Hitler da Bahia', o homem, de acordo com o Ministério Público de São Paulo, atuava como um dos líderes de grupos nas redes sociais Discord e Telegram, onde "a violência é tratada como uma forma de diversão" pelos seus membros, segundo o MP, e que somavam mais de 600 integrantes.
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O desembargador Teixeira de Freitas, do Tribunal de Justiça de SP, diz que eles "comemoram e se divertem à custa do sofrimento alheio, demonstrando pouca ou nenhuma empatia pelas vítimas, sejam humanas ou animais".
Há relatos de introdução de objetos cortantes nos genitais e sessões de autolesão, também sob coação e chantagem.
A defesa de Luis Alexandre nega as acusações, e afirma que o acusado tem demonstrado plena disposição para colaborar com as autoridades. Entretanto, imagens obtidas pelo MP dentro dos fóruns mostram a atuação dos jovens, que determinava o cumprimento de tarefas para obter respeito e notoriedade dos integrantes.

“Os jovens fornecem voluntariamente imagens comprometedoras, como forma de fortalecer laços afetivos, mas acabam se tornando vítimas de chantagem sexual [sextortion]”, diz um trecho da denúncia do Ministério Público de São Paulo, que revela também sessões de tortura com animais.
A rede social Discord afirmou, por meio de nota, que as ações de grupos como os liderados por Lessa “não têm espaço no Discord nem na sociedade", e que a rede “conduziu uma investigação interna aprofundada e continua firmemente comprometida em aprimorar seus processos internos".