Nora de Flordelis cita plano de cunhada em julgamento: ‘Matar ele vai resolver o problema'

Testemunha disse, também, que a sogra se tornou uma "decepção" para ela

Escrito por Redação ,
Flordelis tem o cabelo loiro tingido e está de blusa branca. Ela usa óculos de armação transparente
Legenda: Flordelis está sendo julgada pelo assassinato do pastor Anderson, seu ex-marido, em 2019.
Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Luana Vedovi Rangel Pimenta, uma das noras da ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, foi a primeira a depor nesta quarta-feira (9), terceiro dia de julgamento da ex-parlamentar. Segundo a testemunha, Marzy Teixeira, filha adotiva de Flordelis, confidenciou a ela um plano para assassinar o ex-pastor Anderson do Carmo em 2019.

"Ela [Marzy] disse: 'Matar o Niel [Anderson] vai resolver o problema de todo mundo. Ele é muito rigoroso, ninguém é feliz naquela casa'. Ela foi completamente inundada disso", relatou Luana. As informações foram divulgadas pelo G1.

Além disso, a depoente disse que se dedicou muito a Flordelis, mas que a pastora se tornou uma "decepção" para ela. "A religião afasta o homem de Deus. Ela era tão religiosa que está distante de Deus, e agora está aqui, presa", disse.

Marzy, citada por Luana, também é julgada nesta semana, assim como Simone dos Santos (filha biológica), André Luiz (filho adotivo) e Rayane dos Santos, (neta).

O pastor Anderson do Carmo foi morto com mais de 30 tiros na noite de 16 de junho de 2019, na garagem da casa onde morava com a família, em Niterói, Rio de Janeiro.

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Plano foi descoberto por 'descuido'

Em depoimento, Luana também relatou que o plano chegou até o conhecimento de Anderson por um descuido. "Não apagaram a mensagem do iPad do celular, ficou na nuvem do pastor, e ele viu", afirmou.

Outro momento lembrado por ela foi o da posse de Flordelis na Câmara Federal, quando Luana teria testemunhado Simone olhando para mãe, dizendo: "Agora a gente não precisa mais dele [Anderson]".

No dia da morte do pastor, a ex-parlamentar também teria pedido que a nora mentisse sobre quem dirigia o carro que levou o corpo de Anderson para o hospital. "'Se a polícia perguntar quem estava dirigindo, você fala que foi Adriano [filho adotivo], não fala que foi Flavinho [filho biológico]'. Aí a gente tinha certeza do que tinha acontecido", disse a depoente.

Flávio dos Santos Rodrigues foi preso no dia seguinte ao assassinato, no enterro do pastor. Ele foi condenado a 33 anos de prisão por homicídio. 

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Mudança de comportamento

Luana contou ainda que Flordelis recebeu ela e o marido, Wagner Pimenta, conhecido como Misael, em casa, quando a polícia estava no local oficiando pessoas para prestar depoimento. Porém, segundo ela, assim que os oficiais saíram, o comportamento da pastora teria mudado repentinamente.

“Ela estava calma e tranquila. Quando a polícia saiu, meteu o dedo na cara de Misael: ‘Você não podia ter feito isso comigo, você me largou!’”, lembrou. Além disso, a sogra teria dito "ainda bem" que ela e os cúmplices quebraram o celular de Anderson e o jogaram no mar.

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Marzy não queria entregar a mãe

Conforme a testemunha, Marzy também teria se negado a contar a verdade sobre a morte de Anderson.

"Não entrego minha mãe por nada neste mundo", teria dito ela, segundo Luana. "Nesse dia, eu levei ela [Marzy] para a casa da Flordelis e nunca mais mantive contato. Nesse dia, a Flor ganhou. [...] A Marzy está presa porque quer, eu tentei ajudar".

Julgamento

Além de Luana, foram ouvidas, até esta quarta (9) pelo tribunal, seis testemunhas arroladas pela acusação: os delegados Bárbara Lomba e Allan Duarte, Regiane Ramos, o inspetor Tiago Vaz, Alexsander Mendes e Wagner Pimenta — os dois últimos, filhos "afetivos" da pastora.

Além de Flordelis, outros quatros réus estão sendo julgados: Simone dos Santos (filha biológica), Rayane dos Santos (neta) e André Luiz e Marzy Teixeira (filhos adotivos).

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