Flordelis disse 'estou livre' após enterro de pastor, diz filho em julgamento
Ex-deputada federal é acusada de ser a mandante do assassinato do marido, Anderson do Carmo
O filho afetivo da pastora evangélica e ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, Alexsander Felipe Mato Mendes, relatou durante o segundo dia de julgamento da mãe, nesta terça-feira (8), que a viu dizer "estou livre", de braços abertos, após o enterro do marido, o pastor Anderson do Carmo. Ele foi assassinado a tiros em 2019 na própria casa, localizada em Niterói, Rio de Janeiro.
A ex-parlamentar é acusada pelo Ministério Público do Estado de ser a mandante do crime, mas nega. Seis pessoas já foram condenadas no caso, quatro deles filhos da ré.
Veja também
A reação de Flordelis após o enterro foi revelada durante a resposta de Alexsander Mato ao assistente da acusação, o advogado Ângelo Máximo. Conforme o filho da pastora, ele já havia contado o que viu para Maria Edna do Carmo, irmã de Anderson. As informações são do portal Uol.
Convocado pela acusação, o homem pediu para depor via videoconferência, pois não queria estar na presença dos réus. Além da antiga deputada federal, são julgados na mesma sessão outras quatro pessoas, sendo três delas filhos da ex-deputada e a outra é neta dela.
Manicure dois dias após crime
Ainda conforme a testemunha, a então parlamentar tinha marcado manicure para o dia seguinte ao enterro do marido. Ela ainda teria chegado a lhe oferecer as roupas de Anderson no dia do sepultamento do pastor.
"Ela sorriu pra mim e falou: 'Acabou'. Ela abaixou a cabeça, depois olhou pra mim e perguntou qual era o número da minha roupa, se as roupas dele serviam em mim. O corpo ainda não estava nem gelado. Não respondi. Ela virou para a Rayane e disse: 'Filha, não chora. Agora a gente vai ter mais tempo pra gente. Vamos sair juntas", relatou Alexsander.
No depoimento, ele também disse que Flordelis teria recebido a informação de que o celular de Anderson estaria com o filho biológico Adriano dos Santos Rodrigues. Ela teria pedido que fosse apagado "aquilo que está lá", possível referência a conversas por aplicativo de mensagem.
"A Flordelis queria saber onde estava o telefone do pastor Anderson. Ela falou pra Rayane: 'procura saber'. Ela soube que estava com o Adriano. Ela falou: "só apaga aquilo que está lá", contou.
Além da pastora, são julgados:
- Marzy Teixeira da Silva - filha adotiva de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada;
- Simone dos Santos Rodrigues - filha biológica de Flordelis, responde pelos mesmos crimes;
- Rayane dos Santos Oliveira - filha de Simone e neta de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada;
- André Luiz de Oliveira - filho adotivo de Flordelis, foi denunciado por uso de documento falso e associação criminosa armada.
O julgamento é presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3.ª Vara Criminal de Niterói. A defesa da ex-deputada sustenta inocência diante das acusações. Flordelis foi cassada pela Câmara e está presa preventivamente. Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi morto com mais de 30 tiros. Ele foi alvejado na garagem da casa do casal.
O crime ocorreu em 16 de junho de 2019. Antes, segundo a Polícia, a vítima sofreu várias tentativas frustradas de envenenamento.
Antes de ir, que tal se atualizar com as notícias mais importantes do dia? Acesse o Telegram do DN e acompanhe o que está acontecendo no Brasil e no mundo com apenas um clique: https://t.me/diario_do_nordeste