Investigação que teve início com apreensão de macacos de Nicole Bahls prende membros de quadrilha

A Operação Defaunação investiga a captura ilegal, receptação e tráfico de animais silvestres

Escrito por Redação ,
Nicole Bahls
Legenda: A influenciadora teve os macacos apreendidos no ano passado
Foto: Reprodução/Instagram

Três pessoas foram presas nesta terça-feira (12), no Rio de Janeiro, acusadas de integrarem organização criminosa especializada na captura ilegal, receptação e tráfico de animais silvestres, incluindo espécies em extinção. A ação faz parte da Operação Defaunação, cuja as investigações tiveram início no início de 2023, após uma apreensão de macacos na casa da influenciadora Nicole Bahls, que não foi alvo da ação desta terça.

A organização criminosa é liderada por um bombeiro militar e composta por caçadores, receptadores, falsificadores e traficantes de animais silvestres, de acordo com as diligências conduzidas pela Polícia Federal. O grupo também contava com a participação de servidores do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e do Comando de Policiamento Ambiental (CPAm), além de uma universitária e dois médicos veterinários. 

A investigação constatou que a quadrilha fraudava o cadastro dos animais no Sistema Nacional de Gestão da Fauna Silvestre (SISFAUNA) e no Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (SISPASS) – ambos geridos pelo IBAMA –, com o objetivo de atrapalhar o controle e fiscalização dos órgãos ambientais. Os bichos eram vendidos principalmente através das redes sociais e eram entregues com os documentos falsos.

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Também foi verificado que os animais eram submetidos a maus-tratos por parte dos integrantes da quadrilha. Até o momento, as investigações apontam que pelo menos 120 macacos-pregos foram traficados pelo grupo em um ano, além de outros animais silvestres como araras, pássaros, cervos, iguanas e papagaios.

Os investigados irão responder pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso, falsidade ideológica, dentre outros delitos. As penas podem chegar a 58 anos de reclusão.

Os compradores dos animais poderão responder pelo crime de receptação, com exceção dos que colaborarem entregando os animais espontaneamente e dando esclarecimentos à Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (DMA/PF/RJ).

RELEMBRE O CASO

Em janeiro de 2023, a influenciadora Nicole Bahls revelou nas redes sociais que agentes da Polícia Federal e do Ibama foram ao seu sítio em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, para recolher os dois macaquinhos de estimação dela.

"Teve uma operação aqui em casa da Polícia Federal e do Ibama, para ver os documentos da Mikal e do Davi, e nós descobrimos que os documentos dos dois macaquinhos eram falsificados. E agora, o Ibama vai fazer um trabalho de reabilitação para eles voltaram para o habitat natural deles, para a natureza, e eu vou colaborar para que isso aconteça da melhor forma possível", declarou na ocasião.

"Estou arrasada. Foram 90 dias com eles, dando mamar, amor, carinho. Eles [os agentes] estiveram aqui e viram que os bichinhos foram super bem cuidados, que eles estavam soltos aqui no sítio, pulando nas árvores. Não peguei os macaquinhos para serem pets", explicou.

A influenciadora ainda alertou os seguidores sobre a compra de animais silvestres. "Quero conscientizar vocês que não comprem animais silvestres, que não errem como eu errei. É muito triste o tráfico de animais".

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