Homem foragido há 17 anos é preso após ser aprovado em concurso da Polícia de SP
Cristiano Rodrigo da Costa era procurado por assassinar um comerciante, em 2006

Um homem foragido da Justiça por assassinato foi preso após ser aprovado no concurso da Polícia Civil de São Paulo. Ele tinha avançado até a fase da prova oral, mas foi detido ao se apresentar à Academia da Polícia Civil para realizar o teste, na última segunda-feira (11). As informações são do colunista Josmar Jozino, do Uol.
Durante o certame, Cristiano Rodrigo da Costa, de 40 anos, chegou a obter 52 pontos na prova discursiva, com destaque para os 17 pontos que alcançou na prova de noções de direito, a maior nota entre os participantes. Ele também somou 5 pontos em noções de informática, 6 em lógica, 13 em língua portuguesa e 11 em criminologia.
O suspeito também foi aprovado no teste de investigação social, uma das partes mais importantes do concurso, que leva em consideração a conduta social e moral do candidato. Nesse teste, a banca pesquisa qualquer envolvimento criminal dele ou de parentes próximos, a fim de garantir um perfil adequado ao cargo.
Graças a uma denúncia, a Polícia identificou a ficha criminal de Cristiano quando ele se apresentou para a prova oral. Em especial, estava expedido contra ele um mandado de prisão aberto pela juíza Carla Zoega Andreatta Coelho, da Vara Júri de Mairiporã.
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Qual foi o crime de Cristiano?
Cristiano é acusado de assassinato por um crime cometido em 9 de novembro de 2006. Neste dia, ele e um comparsa clonaram uma viatura da Polícia Civil e utilizaram o carro para se disfarçarem de investigadores do 46º Distrito.
Sob a falsa alcunha de policiais, a dupla abordou o comerciante José Roberto Nogueira Ferreira, roubou o Fiat Uno da vítima e o levou algemado até Mairiporã, na Grande São Paulo. Ele foi morto com tiros na cabeça, na Estrada dos Moraes, e teve o veículo queimado.
Um casal viu o momento em que Cristiano e o outro suspeito assaltaram Ferreira e o levaram na viatura. Na época, a Polícia ainda apurou que eles usavam um estacionamento no nome de uma mulher para esconder a viatura falsa.
Porém, no cadastro do empreendimento, a corporação descobriu que a dupla tinha utilizado os próprios dados pessoais. Assim, eles foram identificados autuados. O comparsa de Cristiano foi preso, mas ele conseguiu fugir.
Em junho de 2007, o Ministério Público denunciou os suspeitos por homicídio e roubo. O parceiro de Cristiano foi condenado a 14 anos e nove meses.
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O que diz a Polícia Civil?
Questionada pela coluna do Josmar Jozino, a Polícia Civil de São Paulo afirmou que cumpria o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que não é a investigação social não pode excluir um candidato do processo seletivo.
"Após ser identificada na análise social a existência de mandado de prisão contra o candidato, ele foi preso, ficando impedido de realizar a etapa seguinte, o que resultou em sua desclassificação", disse em nota.
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