Governo do Rio confirma 119 mortes em megaoperação

Em entrevista coletiva, foram divulgados ainda números de armas e presos nas ações.

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 14:06)
Corpos de Bombeiros retira corpos de homens mortos enfileirados em operação no Rio
Legenda: Corpos de Bombeiros retira corpos de homens mortos enfileirados em operação no Rio
Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil

O Governo do Rio de Janeiro divulgou um balanço oficial das mortes, armamentos apreendidos e prisões realizadas na Operação Contenção, realizada no Rio de Janeiro, na terça-feira (28). O secretário estadual de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Curi, afirmou, nesta quarta (29), que a operação “Contenção” representou “o maior baque da história do Comando Vermelho desde a sua fundação no fim da década de 1970”.

A ação, deflagrada pelas Polícias Civil e Militar com apoio do Ministério Público nos complexos do Alemão e da Penha, teve como alvo o núcleo central da facção criminosa e resultou na morte de 119 pessoas — entre elas, quatro policiais.

Números oficiais do Governo do Rio de Janeiro:

  • Total de mortos em 28/10: 58 (incluindo quatro policiais) 
  • Mortos encontrados por moradores em 29/10: 61 
  • Total de presos: 113
  • Presos de outros estados: 33
  • Adolescentes apreendidos: 10 
  • Armas aprendidas: 118 (91 fuzis, 26 pistolas e 1 revolver)
  • 14 artefatos explosivos
  • Centenas de carregadores
  • Toneladas de drogas ainda contabilizadas

Segundo Curi, “quem optou pelo confronto foi neutralizado". Ele defendeu que a ação foi “legítima, amparada por ordens judiciais”. Curi repetiu fala do governador Claudio Castro e afirmou que “as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos”. Os demais "neutralizados", disse, “eram narcoterroristas”.

Os registros de ocorrência, segundo ele, tratam os policiais como vítimas de tentativa de homicídio e os criminosos mortos como autores dessas tentativas.

Defesa da atuação policial

Durante a coletiva, o secretário fez um discurso enfático em defesa da atuação das forças de segurança e criticou o que classificou como “narrativas que tentam transformar criminosos em vítimas”.

Curi afirmou que mais de 2.500 agentes participaram da operação “em defesa das pessoas de bem, que são oprimidas por narcoterroristas armados que impõem medo nas comunidades”.

Ele também destacou que a ação teve como objetivo “impedir o avanço da facção criminosa em nível nacional”, uma vez que o Comando Vermelho, segundo ele, “já está presente em praticamente todos os estados do país”.

Reação às críticas

O delegado também rebateu as acusações de que a operação teria sido uma chacina:

Chacina é a morte indiscriminada, ilegal e aleatória de várias pessoas. O que fizemos foi uma ação legítima do Estado”, afirmou.

Ele ainda citou a abertura de inquérito na 22ª Delegacia de Polícia da Penha para investigar a suposta manipulação de corpos de criminosos, que teriam sido retirados da mata e colocados em vias públicas. “Temos imagens que mostram pessoas retirando esses corpos e tirando a roupa dos marginais. Isso será apurado como fraude processual”, disse.

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