Esposa de suspeito da morte de Marielle foi à casa de Ronnie Lessa 6 dias após crime, diz TV

Lessa é apontado como autor dos disparos que assassinaram a vereadora e o motorista Anderson Gomes

Escrito por Redação ,
Marielle Franco discursa na Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Legenda: Parlamentar e condutor foram vítimas do crime em 14 de março de 2018
Foto: Renan Olaz/ Câmara Municipal do Rio

Aline Siqueira, esposa do ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, preso por suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi à casa de Ronnie Lessa seis dias após o crime, conforme gravação divulgada pelo Fantástico nesse domingo (30). Ela afirma que o companheiro é inocente. 

No arquivo divulgado pela emissora, é possível ouvir a parceira do antigo oficial conversar com o filho do ex-policial militar, através do interfone. Lessa é apontado como autor dos disparos que mataram o condutor e a parlamentar da cidade do Rio de Janeiro.

"Queria conversar com a sua mãe porque queria pedir uma ajuda pra ela, um momento de desespero meu, por isso que tô pedindo se eu poderia falar com ela. Não fala pro seu pai que tô aqui não, só fala pra sua mãe", diz Aline na gravação. 

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Em entrevista à TV Globo, na última terça-feira (25), após visitar Suel, a mulher declarou que ele é inocente e que estava com ela no momento dos assassinatos. 

"No dia da morte da Marielle ele estava comigo. Eu tinha ido para um médico. O que estou dizendo para você eu também tenho prova. Não sei do carro. E se soubesse que ele realmente matou, a primeira coisa que ia fazer era largar ele", disse, na ocasião. 

Aline também é investigada pela Polícia. Ao Fantástico, a defesa do casal disse que o ex-bombeiro não tem participação nos homicídios e que o áudio da esposa na portaria de Lessa não possui conexão com o caso. 

Ocultação de provas

Preso na última segunda-feira (24) no Rio de Janeiro, alvo da operação Élpis, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Estado (MPRJ), Suel é suspeito de realizar a troca de placas do veículo usado nos assassinatos, jogar fora as cápsulas e munições utilizadas no crime, além de providenciar o desmanche do carro.   

Conforme a delação premiada de outro acusado pelo caso, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, além de atuar na ocultação das provas, o antigo bombeiro ainda seria o responsável por manter financeiramente sua família, assim como arcar com as despesas de sua defesa. O objetivo seria evitar o rompimento entre eles. Suel ainda teria participação em uma organização criminosa, além de possuir patrimônio incompatível com sua condição financeira.  

Em 2021, Suel foi condenado a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, mas cumpria a pena em regime aberto. O ex-bombeiro tinha sido preso em junho de 2020.

Segundo o MPRJ, o antigo oficial era dono do carro usado para esconder as armas que estavam em um apartamento de Ronnie Lessa. Ele também teria ajudado a jogar o armamento no mar.

MANDANTE DESCONHECIDO

Em março de 2023, os assassinatos de Marielle e Anderson completaram cinco anos sem resposta sobre o mandante do crime. O caso é investigado pela PF desde fevereiro. 

As apurações levaram à prisão de dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, por atirar na vereadora; e o motorista e ex-policial militar Elcio de Queiroz. Os motivos e os líderes do atentado permanecem desconhecidos.

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