Suspeitos de matar Marielle Franco e Anderson viviam vida de luxo após a morte da vereadora

Juntos, eles fizeram movimentações milionárias e tinham um patrimônio incompatível com os salários

Escrito por Redação ,
Ronnie Lessa e Maxwell Simões Correa
Legenda: Suspeitos das mortes de Marielle e Anderson tinham patrimônio incompatível com salário e vida de luxo após o crime
Foto: Reprodução

Os suspeitos de envolvimento na execução da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes movimentaram uma quantidade de dinheiro muito superior às suas rendas, apontaram as investigações policiais. As informações são do jornal O Globo

Apontado como responsável pelos disparos, Ronnie Lessa tinha salário de cerca de R$ 8 mil como sargento reformado da Polícia Militar. Já o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, preso na última segunda-feira (24), ganhava R$ 10 mil por mês.

Juntos, eles fizeram movimentações milionárias e tinham um patrimônio incompatível com os salários. Os bens da dupla incluindo carros blindados, lancha e terreno em Angra dos Reis.

Veja também

Preso desde 2019, o ex-PM Élcio de Queiroz revelou em delação premiada que o patrimônio de Ronnie Lessa cresceu após a morte da vereadora. Segundo ele, Lessa já tinha uma Range Rover Evoque, comprou uma Dodge Ram blindada e uma lancha após o crime. Um dos carros que constava em seu patrimônio foi avaliado em R$ 150 mil.

Ainda conforme a reportagem do Globo, Lessa também custeava duas casas e fazia manutenção em um terreno avaliado em R$ 1,2 milhão em Angra dos Reis, onde ele desejava construir uma fortaleza de dois andares. Ele havia efetuado um orçamento de R$ 123 mil para a obra no terreno de quase 3.500 metros quadrados.

O ex-sargento disse em depoimento à polícia que também recebia cerca de R$ 7 mil por semana com quiosques em uma favela de Manguinhos. Segundo o delator, Lessa recebia mensalmente dinheiro com gatonet e também tinha renda vinda de máquinas caça-níquéis.

A evolução patrimonial de Lessa em 2019 foi acompanhada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que constatou uma movimentação suspeita meses após o crime. Em outubro, Lessa depositou R$ 100 mil em espécie numa conta em seu nome.

O ex-sargento também tinha uma lancha avaliada em R$ 261.449,95. Pela vaga onde ela ficava alocada, em Angra dos Reis, Lessa pagava R$ 2.049,95 mensais.

Ex-bombeiro Suel movimentou milhões após o crime

Já o ex-bombeiro Maxwell Simões, o Suel, declarou no imposto de renda ter recebido pouco mais de R$ 79 mil no ano de 2019. Um levantamento da Polícia Federal mostrou, no entanto, que ele movimentou, entre 2019 e 2021, cerca de R$ 6,4 milhões nas contas bancárias dele.

Suel teria feito pagamentos no valor de R$ 567 mil e recebido R$ 569 mil em sua conta bancária pessoal entre 12 de março de 2019 e 13 de outubro de 2021. Somando, a movimentação é de R$ 1,1 milhão, quantia considerada pelos investigadores como incompatível aos R$ 10 mil mensais que recebia como bombeiro. Mesmo que ele não gastasse nada do salário, acumularia R$ 360 mil em três anos.

Além dessas transações, há também quantias ligadas à empresa Rohden Imports, voltada à comercialização de veículos. Para a PF, o empreendimento de Suel faz parte de um esquema de lavagem de dinheiro, no qual, em apenas três meses, o delator teria movimentado R$ 5,3 milhões. 

Assuntos Relacionados