Brasileiro deportado vendeu tudo que tinha e gastou mais de R$ 170 mil para entrar nos EUA

Frentista de Minas Gerais está entre as dezenas de pessoas que voltaram ao Brasil após estarem em situação ilegal nos Estados Unidos

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Redação producaodiario@svm.com.br
Deportados dos EUA
Legenda: Imigrantes estão sendo deportados após a posse de Donald Trump nos EUA
Foto: The White House/Reprodução/X

O brasileiro Carlos Vinícius de Jesus é frentista e chegou ao aeroporto de Confins (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, neste sábado (25), assim como outras 87 pessoas deportadas dos Estados Unidos.

"Juntei o dinheiro em uma vida toda, desde os 18 anos. Vendi moto, casa, tudo. Queria dar uma vida melhor para os meus meninos, porque eles moram de aluguel e queria dar uma casa para eles, queria ajuda minha mãe também. Eu estava trabalhando só para pagar conta. Vou ter que recomeçar do zero", disse o frentista ao portal g1.

Na travessia até os EUA, Carlos Vinícius afirma que gastado 30 mil dólares, o que, na cotação atual, corresponde a quase R$ 180 mil. Ele saiu de Minas Gerais, foi para São Paulo. Na sequência, passou por Panamá, Guatemala, chegou à Tijuana (México) de barco e de lá tentou entrar nos Estados Unidos.

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"Andei à pé mais de oito horas dentro do mato. Depois atravessei um rio e fui preso. Fui preso que nem um cachorro. Lá eles não tratam ninguém bem. Eles são anti-imigrantes". Relata o frentista.

Apesar da frustração de retornar ao Brasil, Carlos Vinícius destaca que "é melhor estar vivo do que ter bens materiais", em alusão à dificuldade na travessia e na entrada nos EUA.

"Daqui para frente, quero vida nova e nunca mais saio daqui (do Brasil) porque fiquei com medo de morrer. Aprendi a dar valor em um prato de comida, na cama, no banho quente, na casa e na família. Perdi todo o meu dinheiro. É como se estivesse começando a vida agora", destaca.

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