Brasileiras que tiveram malas trocadas foram acometidas por infecção na pele em prisão na Alemanha

Personal trainer Kátyna Baía disse que o problema foi gerado pelo uso coletivo de roupas na cadeia

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 15:00)
Kátyna Baía e Jeanne Paolini, brasileiras presas injustamente na Alemanha, em entrevista ao Fantástico no dia 16 de abril de 2023
Legenda: Casal disse que passou frio e fome ao ser capturado no aeroporto de Frankfurt
Foto: reprodução/TV Globo

As brasileiras Jeanne Paollini e Katyna Baía, que tiveram as malas trocadas por drogas e ficaram 38 dias presas injustamente na Alemanha, revelaram que adquiriram um infecção bacteriana na pele, devido ao uso coletivo de roupas na prisão. 

“Voltamos com uma infecção bacteriana na pele que [...] se deu em função do uso coletivo de roupas e calcinhas (Sim, era tudo de uso coletivo). Mais um problema daquela prisão arbitrária e injusta. Mas vamos superar”, escreveu a personal trainer Kátyna, em uma postagem em seu perfil no Instagram que ela agradece aos cuidados de uma médica dermatologista.

Kátyna também já mostrou um desenho que ela fez sobre a visão da janela de sua cela, enquanto estava presa na Alemanha. No desenho, é possível ver blocos e um jardim; 11 guardas segurando armas e fumando enquanto conversam; além de uma espécie de torre de vigia e uma igreja com uma cruz em destaque.

Presas por 38 dias na Alemanha

O casal teve a etiqueta de identificação da bagagem trocada, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e foi detido no Aeroporto de Frankfurt sob a acusação de transportar 40 kg de cocaína nas malas.

Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, as mulheres contaram que, ao serem capturadas no terminal aéreo, foram imediatamente separadas e colocadas em salas diferentes, onde ficaram algemadas pelas mãos e pelos pés por cerca de cinco horas.

Durante este período, permaneceram sem acesso à comida e com frio. Segundo elas, só souberam o porquê de terem sido presas quando chegou uma intérprete. 

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"Após passarmos por uma humilhante revista íntima, fomos transferidas para um prédio provisório. Era um lugar frio, com cela suja e pessoas gritando e batendo nas portas. Desde aquele dia não dormimos mais. Ficávamos 16 horas por dia trancadas naquela cela", relatou a veterinária Jeanne. 

Ela disse passar o tempo todo rezando e pedindo para a experiência ser somente um sonho. "A sensação de injustiça era muito grande. Ficar num presídio com você sabendo que era inocente. Isso dói muito mais". 

"Naquele lugar tinha assassinas em série, incendiárias... Era insalubre de várias maneiras, mental e fisicamente", acrescentou Kátyna. 

No fim, o casal afirmou que a experiência ruim na Alemanha não as impedirá de continuar viajando. "Vamos continuar viajando, com malas de mão", disse Jeanne. 

A gente espera que a partir daqui muita coisa mude. A gente paga muito caro pelas bagagens e o mínimo que as companhias devem dar é segurança. Não desejo isso para ninguém. Não quero que ninguém na vida passe por isso que passamos", completou. 

As duas brasileiras retornaram ao Brasil, especificamente para Goiânia (GO), na semana passada, após a Justiça nacional enviar a confirmação das trocas das etiquetas realizada por uma quadrilha no Aeroporto de Guarulhos, São Paulo, às autoridades alemãs, que liberou o casal na última terça-feira (11). Na sexta-feira (14), elas desembarcaram e se reencontraram com a família após 38 dias presas.

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