Aliança contra a fome tem adesão de 82 países e 66 organizações; Argentina adere de última hora

Em discurso de lançamento da aliança, Lula afirmou que este será o maior legado da cúpula deste ano

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
A Argentina de Javier Milei aderiu no último momento, segundo o Itamaraty, e não constava na lista inicialmente divulgada pelo governo brasileiro
Legenda: A Argentina de Javier Milei aderiu no último momento, segundo o Itamaraty, e não constava na lista inicialmente divulgada pelo governo brasileiro
Foto: Divulgação/G20

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira (18), a adesão de 82 países à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza — principal tópico da presidência brasileira no G20 no Rio e talvez o único que tenha algum avanço concreto.

A tendência é de resultados tímidos nas duas outras frentes como mudanças climáticas, inclusão social, taxação dos super-ricos, transição energética e reforma da governança global.

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A Argentina de Javier Milei aderiu no último momento, segundo o Itamaraty, e não constava na lista inicialmente divulgada pelo governo brasileiro.

Buenos Aires, porém, mantém as resistências a temas como multilateralismo e uma declaração muito amena à Rússia ao se referir à guerra na Ucrânia pode levar ao fracasso da cúpula.

Além dos países fundadores, a aliança terá 66 organismos internacionais, entre eles fundações como Gates e Rockfeller e bancos multilaterais, como BID e Banco Mundial.

Veja lista de países e entidades que aderiram à aliança:

  1. Alemanha
  2. Angola
  3. Antígua e Barbuda
  4. África do Sul
  5. Arábia Saudita
  6. Argentina
  7. Armênia
  8. Austrália
  9. Bangladesh
  10. Benin
  11. Bolívia
  12. Brasil
  13. Burkina Faso
  14. Burundi
  15. Camboja
  16. Chade
  17. Canadá
  18. Chile
  19. China
  20. Chipre
  21. Colômbia
  22. Dinamarca
  23. Egito
  24. Emirados Árabes Unidos
  25. Eslováquia
  26. Estados Unidos
  27. Espanha
  28. Etiópia
  29. Federação Russa
  30. Filipinas
  31. Finlândia
  32. França
  33. Guatemala
  34. Guiné
  35. Guiné-Bissau
  36. Guiné Equatorial
  37. Haiti
  38. Honduras
  39. Índia
  40. Indonésia
  41. Irlanda
  42. Itália
  43. Japão
  44. Jordânia
  45. Líbano
  46. Libéria
  47. Malta
  48. Malásia
  49. Mauritânia
  50. México
  51. Moçambique
  52. Myanmar
  53. Nigéria
  54. Noruega
  55. Países Baixos
  56. Palestina
  57. Paraguai
  58. Peru
  59. Polônia
  60. Portugal
  61. Quênia
  62. Reino Unido
  63. República da Coreia
  64. República Dominicana
  65. Ruanda
  66. São Tomé e Príncipe
  67. São Vicente e Granadinas
  68. Serra Leoa
  69. Singapura
  70. Somália
  71. Sudão
  72. Suíça
  73. Tadjiquistão
  74. Tanzânia
  75. Timor-Leste
  76. Togo
  77. Tunísia
  78. Turquia
  79. Ucrânia
  80. Uruguai
  81. Vietnã
  82. Zâmbia

Pronunciamento de Lula

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva durante lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, no G20, na zona central da capital fluminense. Foto:
Legenda: O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva durante lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, no G20, na zona central da capital fluminense. Foto:
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Em discurso de lançamento da aliança, Lula afirmou que este será o maior legado da cúpula deste ano. "Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade. Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza".

E continuou: "O símbolo máximo na nossa tragédia coletiva é a fome e a pobreza. Segundo a FAO, em 2024, convivemos com um contingente de 733 milhões de pessoas ainda subnutridas. É como se as populações do Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá, somadas, estivessem passando fome."

Devido aos demais temas com divergências, há a chance - remota, mas possível - de que o presidente argentino não assine o a declaração conjunta final, que precisa de consenso. Além disso, a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, um antimultilateralista, tende a minar o que for negociado sobre clima e reforma das instituições.