Advogada presa suspeita de matar ex-sogro e a mãe dele criou perfis falsos para ameaçar ex
Amanda Partata Mortoza é principal suspeita do crime. Investigações apontam que a motivação do crime seria a rejeição pelo término do relacionamento
Amanda Partata Mortoza, suspeita de envenenar o sogro Leonardo Pereira Alves, 58, e a mãe dele, Luiza Tereza Alves, 86, já forjou uma gravidez e é investigada em inquéritos sobre pornografia infantil, exercício ilegal de profissão e estelionato, informou a Polícia Civil de Goiás em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21).
Ainda conforme as autoridades, ela chegou a criar perfis falsos para ameaçar de morte o ex-namorado e a família dele. Segundo o g1, na entrevista coletiva, o delegado Carlos Alfama citou que, em mensagem anônima enviada ao ex-namorado, ela escreveu: "Depois não adianta chorar em cima do sangue deles".
Avó e pai do marido da mulher morreram na segunda-feira (18) após comerem doces da doceria Perdomo Doces em Goiânia. A suspeita foi presa na quarta (20). As investigações estão a cargo da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios e continuam para esclarecer detalhes do crime, incluindo o produto utilizado para envenenar as vítimas.
"Ela mostrou uma personalidade extremamente voltada ao crime. Usa tecnologia para mascarar números de telefone. Forja relacionamento afetivo com as vítimas. Tem personalidade criminosa e dissimulada. Essa divulgação do caso se mostra necessária justamente por conta das outras denúncias contra Amanda", afirmou o delegado.
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Investigações apontam que a motivação do crime seria a rejeição pelo término do relacionamento com o filho de Leonardo, que durou cerca de três meses. Eles já estavam separados há dois meses.
A perícia fez uma coleta do suco e dos doces consumidos pelas vítimas e realizou uma análise minuciosa na cena do crime.
"Em relação ao envenenamento, doenças transmitidas por alimentos têm percursos diferentes. Está descartado intoxicação alimentar, e vamos buscar as substâncias que causaram as duas mortes. Embora tenham sido coletados os alimentos e o suco, existe a possibilidade de envenenamento por um alimento que não foi coletado. Mais de 300 pesticidas são analisados procurando compatibilidade", explicou o perito Olegario Augusto da Costa Oliveira.
Amanda Partata se identifica nas redes sociais como "psicóloga, terapeuta cognitivo-comportamental, advogada aposentada e mãe", mas seu nome não consta no Cadastro Nacional de profissionais inscritos. Já na OAB, seu cadastro aparece como regular. Ela nega os crimes.
Entenda o caso
Leonardo começou a ter os primeiros sintomas por volta das 13h, três horas após ter ingerido o alimento. Ele foi encaminhado para o Hospital Santa Bárbara sentindo dores abdominais, vômito e diarreia. O homem chegou a ser internado, mas não resistiu e morreu na unidade de saúde.
A médica Maria Paula Alves, filha de Leonardo, fez uma publicação no Instagram falando sobre a partida do pai.
Papai acordou, comeu um alimento comprado em um estabelecimento famoso e bem credificado, mas acabou passando mal. Vomitou sem parar, por horas, buscou atendimento médico e, quando eu soube da situação, já havia ocorrido uma série de complicações que acabaram levando a óbito. Entre o primeiro sintoma até seu último suspiro não teve nem 12 horas
Os mesmos sintomas foram observados na mãe dele, uma idosa de 86 anos. Ela foi internet internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu madrugada. Já a nora, que está grávida, teria comido quantidade menor que os demais. Ela foi hospitalizada.