Ucrânia admite queda de Kherson, primeira grande cidade tomada pelos russos
Kherson fica localizada em um ponto estratégico entre a Crimeia e o sul da Ucrânia
Os russos tomaram a primeira grande cidade na Ucrânia, Kherson, um ponto estratégico entre a Crimeia, dominada pelo Kremlin, e o sul da Ucrânia, enquanto aumentaram o cerco a Kiev, na última quarta-feira (2). Uma ação militar para tomar a capital também deve ser intensa.
Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, voltou a receber diversos ataques pela artilharia russa na manhã desta quinta-feira (3), no 8° dia da ofensiva de Moscou contra o território ucraniano.
Invasão de Kherson
A tomada de Kherson, onde três jogadores de futsal brasileiros estão retidos, é importante porque o controle da cidade de 300 mil habitantes possibilita aos russos ter mais forças para tentar controlar os portos de Odessa e Mariupol.
A informação de que a cidade foi controlada pelos russos foi confirmada pelo prefeito de Kherson, Igor Kolykhaev, e um alto funcionário do governo ucraniano. "A cidade está cercada", disse em entrevista.
Cerca de 10 oficiais russos armados, incluindo o comandante russo, entraram na prefeitura, disse Kolykhaev, e tinham planos de estabelecer um centro administrativo russo lá.
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"Divisões russas das forças armadas assumiram o controle total do centro regional de Kherson", disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, em declarações transmitidas pela televisão. "As negociações continuam com o comando russo e a administração local para resolver questões relacionadas à operação das instalações de infraestrutura social, bem como para garantir a ordem e a segurança da população", acrescentou, dizendo que não faltam alimentos na cidade para os civis.
Minutos antes, Igor Kolikhayev havia indicado que a cidade ainda estava sob controle ucraniano, apesar de ter admitido anteriormente que forças russas já controlavam os acessos para Kherson e tinham assumido o controle da estação de trem e do porto.
Áreas do governo e residenciais são alvo
Um alto funcionário do Pentágono disse que as forças russas em toda a Ucrânia continuam a sofrer problemas logísticos e que a liderança militar da Rússia se tornou muito mais agressiva ao atacar a infraestrutura civil dentro das cidades.
Bombardeios russos mataram pelo menos 21 pessoas e feriram mais de 110 apenas em Kharkiv, segunda maior cidade do país, nas últimas 24 horas, de acordo com o governador regional Oleg Synegubov. Áreas residenciais e o prédio da administração regional foram atingidos por mísseis russos, segundo os ucranianos.
Crianças são vítimas dos ataques
Outro bombardeio com mortes confirmadas atingiu a cidade de Zhytomyr. Quatro pessoas perderam a vida após uma área residencial ser atingida por um míssil de cruzeiro, que aparentemente era direcionado a uma base aérea próxima. De acordo com Anton Gerashchenko, conselheiro do Ministério do Interior, uma das vítimas seria uma criança.
"Putin está em guerra contra as crianças. Na Ucrânia, onde mísseis estão atingindo escolas infantis e orfanatos, e também na Rússia. David, de 7 anos, Sofia, de 9 anos, Matvey, de 11 anos, Gosha e Liza passaram a noite atrás das grades em Moscou por causa de seus posteres 'No to War'. Isso mostra o quão assustador esse homem é", escreveu Dmytro Kuleba, chanceler da Ucrânia, compartilhando fotos das crianças russas.