Secretário de Estado dos EUA diz que eleições na Venezuela foram vencidas pela oposição; entenda
O atual presidente Nicolás Maduro é acuso de fraudar as eleições para tentar se manter no poder
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, afirmou que as eleições da Venezuela foram vencidas por Edmundo González, do partido de oposição. Desde o último domingo (28) os opositores apontam que o pleito foi fraudado por Nicolás Maduro, o atual presidente, que já se autointitulou reeleito. Ele foi apontado como vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mas essa suposta vitória é suspeita.
"Dada a evidência esmagadora, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela", afirma comunicado do secretário dos Estados Unidos.
Edmundo González é candidato pela Plataforma Democrática Unitária, uma coalização opositora de Maduro. Ele e seus aliados acusaram o conselho eleitoral de falta de transparência.
Segundo o partido, González teve 67% dos votos, contra 30% de Maduro. Isso diz respeito a 74% das atas das urnas.
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Oposição ameaçada de prisão
Tanto González quanto María Corina Machado, a líder da oposição, estão ameaçados de prisão desde que contestaram os dados eleitorais. Segundo o governo norte-americano, as ameaças são um golpe para Maduro tentar se manter no poder.
María Corina, inclusive, estaria escondida com medo de ser morta, segundo uma matéria do The Wall Street Journal.
Protesto convocado
María Corina Machado convocou manifestações para sábado (3) em "todas as cidades" da Venezuela, depois de se declarar na "clandestinidade", no momento em que aumentam as ameaças de prisão contra ela por suas denúncias de fraude envolvendo a reeleição do presidente Nicolás Maduro.
"Devemos permanecer firmes, organizados e mobilizados", disse Machado em vídeo divulgado nas redes sociais, sem explicar se participará da mobilização. "O mundo verá a força e a determinação de uma sociedade decidida a viver em liberdade", acrescentou.
Horas antes, em um artigo de opinião publicado no The Wall Street Journal, a opositora anunciou que "passou à "clandestinidade" por temer por sua vida e liberdade.
Entenda crise
O presidente Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, em meio a denúncias de fraude da oposição, que reivindicou a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), vinculado ao governo, proclamou a vitória do presidente, que recebeu 5,15 milhões de votos (51,2%), após a apuração de 80% das urnas. González Urrutia recebeu 4,45 milhões de votos (44,2%), segundo o primeiro boletim oficial. Apesar do anúncio, o CNE não divulgou informações detalhadas sobre os resultados, nem publicou as atas eleitorais.
Um dia depois de o CNE ter declarado a vitória de Maduro para um terceiro mandato de seis anos, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar.