Quase 200 crianças já morreram por insuficiência renal após tomar xarope na Indonésia

Investigações apontam que os xaropes envolvidos nas mortes continham quantidades excessivas de etilenoglicol e dietilenoglicol

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Garrafinha derramando xarope da cor rosa em uma colher de inox
Legenda: Testes descobriram quantidades excessivas de etilenoglicol e dietilenoglicol nos xaropes.
Foto: Shutterstock

A Indonésia anunciou, nesta segunda-feira (7), a morte de 195 crianças por insuficiência renal aguda atribuída à ingestão de substâncias nocivas encontradas em xaropes medicinais.

No mês passado, as autoridades do país do Sudeste Asiático abriram investigação para tentar descobrir a causa do aumento inexplicável, desde agosto, dos casos de insuficiência renal aguda. Isso porque mais de 320 casos foram registrados em todo o país, segundo o porta-voz do ministério da Saúde, Mohammad Syahril.

Os afetados são, em sua maioria, crianças menores de cinco anos de idade. E os casos que evoluem para o óbito têm aumentado significativamente. No último balanço, em 21 de outubro, eram 133 os mortos.

Substância tóxica

Os testes realizados mostram que os xaropes envolvidos continham quantidades excessivas de etilenoglicol e dietilenoglicol, dois componentes usados em produtos industriais como anticongelantes.

Desde setembro, as mesmas substâncias tóxicas também foram encontradas na composição de petiscos para cães e gatos produzidos por empresas no Brasil. A ingestão dos produtos provocou a morte de centenas de pets no País.

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As autoridades de saúde indonésias já haviam anunciado, em outubro, a suspensão de todas as vendas e prescrições de xaropes medicinais que pudessem causar o aumento dos casos de insuficiência renal aguda.

Outros casos 

Xaropes para tosse produzidos na Índia também estiveram recentemente envolvidos na morte de quase 70 crianças na Gâmbia por insuficiência renal aguda. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta em outubro e recomendou a retirada de quatro xaropes para tosse e resfriado produzidos pelo laboratório indiano Maiden Pharmaceuticals, que "podem estar relacionados" às mortes registradas na Gâmbia.

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