Primeiro-ministro de Portugal, António Costa renuncia após escândalo de corrupção
António Costa é investigado sobre negócios relacionados a lítio e hidrogênio
O socialista António Costa, primeiro-ministro de Portugal, renunciou ao cargo, nesta terça-feira (7), em meio a investigações de corrupção. A demissão foi aceita pelo presidente da República, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa.
"As funções de primeiro-ministro não são compatíveis com qualquer suspeita da minha integridade. Nestas circunstâncias, apresentei minha demissão ao presidente da República", declarou o mandatário da República à imprensa.
Conforme o gabinete da presidência, Rebelo de Sousa "aceitou" o pedido de demissão e ainda convocou para quarta-feira (8) uma reunião dos partidos com representação parlamentar para organizar eleições antecipadas.
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António Costa está envolvido em um escândalo relacionado a negócios de lítio e hidrogênio no país, com suspeitas de "malversação, corrupção ativa e passiva de funcionários públicos e tráfico de influência", na atribuição de concessões de minas de lítio e de produção de hidrogênio. Em sua defesa, Costa disse estar "surpreso" com a abertura da investigação.
Nesta terça-feira, o Ministério Público português fez uma operação de busca em vários ministérios e no gabinete do primeiro-ministro e anunciou a acusação do ministro de Infraestrutura, João Galamba.
O nome de António Costa foi "mencionado pelos suspeitos", disse o MP em um comunicado, acrescentando que o primeiro-ministro teria intercedido "para agilizar trâmites".
O tribunal informou que devido ao "risco de fuga" e à persistência da "atividade criminosa", ordenaram a detenção do chefe de gabinete do primeiro-ministro, do prefeito da cidade de Sines, e de dois diretores do Start Campus, um centro de processamento de dados.
Segundo a Justiça, essas acusações serão examinadas em uma investigação independente.