Primeiro-ministro de Israel acusa Hamas de 'endurecer' posicionamento em negociações
Bombardeios continuam na Faixa de Gaza, durante guerra que estouro em 7 de outubro do ano passado, e já matou milhares
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas de ter "endurecido suas posições" durante as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. A declaração foi dada neste domingo (31), antes de ele ser internado para passar por uma cirurgia de hérnia.
"Enquanto Israel demonstra flexibilidade durante as negociações, o Hamas está endurecendo as suas posições", afirmou Netanyahu a jornalistas.
Netanyahu ainda anunciou uma nova ofensiva em Rafah, extremo-sul de Gaza, fronteira com Egito, em uma região considerada o último refúgio de cerca de 1,5 milhão de pessoas.
"Iremos para Rafah e eliminaremos os batalhões do Hamas por uma razão simples: não há vitória sem entrar em Rafah e não há vitória sem eliminar os batalhões do Hamas lá. Prefiro, se possível, fazer isso por meios diplomáticos. Mas, se não, faremos por meios diferentes. Prefiro não compartilhar detalhes operacionais ou de cronograma com nossos inimigos", declarou.
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Manifestação
Neste domingo, milhares de israelenses se manifestaram em Jerusalém para pedir a renúncia de Netanyahu e a libertação dos reféns israelenses cativos em Gaza, enquanto as negociações para um acordo parecem estagnadas.
O dirigente tem enfrentado forte pressão interna por conta do fracasso do governo em conseguir a libertação de reféns israelenses mantidos em Gaza desde o ataque do dia 7 de outubro do ano passado, quando a guerra estourou.
Um cessar-fogo deveria permitir a libertação dos reféns e a entrada de ajuda humanitária no território, onde as organizações internacionais alertam para o risco de fome que assombra 2,4 milhões de habitantes de Gaza.
As negociações entre o Hamas e Israel, impulsionadas por Catar, Egito e Estados Unidos, deveriam ter sido retomadas no domingo no Cairo, segundo a emissora egípcia Al Qahera.
Hospital bombardeado em Gaza
Um ataque aéreo israelense atingiu um acampamento no pátio de um hospital lotado no centro de Gaza neste domingo, matando quatro palestinos e ferindo outros 17, incluindo jornalistas que trabalhavam nas proximidades.
Milhares de pessoas procuraram abrigo nos hospitais de Gaza, considerando-os relativamente protegidos contra ataques aéreos. Israel acusa o Hamas de agir dentro e ao redor de instalações médicas, o que as autoridades de saúde de Gaza negam.
Há quase duas semanas, as tropas israelenses realizam uma operação militar no hospital Al-Shifa, o maior de Gaza e dizem que mataram dezenas de terroristas, incluindo importantes agentes do Hamas.