Plano de cessar-fogo não prosseguirá se reféns não forem libertados, diz Netanyahu

Negociadores israelenses e do grupo terrorista Hamas se reúnem no Cairo para definir os próximos passos do acordo

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Netanyahu gesticula durante discurso.
Legenda: O premiê reforçou ainda a promessa de que estaria envolvido e seria responsável pelo desarmamento da Faixa de Gaza.
Foto: Ronen Zvulun / AFP.

Israel não prosseguirá com o acordo de cessar-fogo se todos os reféns israelenses não forem libertados. A declaração foi feita neste domingo (5) pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em meio à expectativa de retomada das negociações entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

O premiê reforçou ainda a promessa de que estaria envolvido e seria responsável pelo desarmamento da Faixa de Gaza.

Netanyahu afirmou também que a Autoridade Palestina (ANP) não controlará o enclave após o fim do conflito, argumentando que tanto a organização política quanto o Hamas “não participaram da gestão” da região.

Como era o plano proposto

O plano de cessar-fogo foi proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e conta com o apoio de grandes potências, como China e Rússia. O acordo determina que todos os reféns sejam libertados.

Está previsto que negociadores israelenses e do Hamas se reúnam neste domingo (5), na cidade do Cairo, no Egito, para acertar detalhes técnicos da proposta.

Segundo um alto funcionário do grupo palestino ouvido pela agência AFP, o Hamas está “muito interessado em chegar a um acordo” e em “iniciar imediatamente o processo de troca de prisioneiros”.

De acordo com essa fonte, o grupo palestino está disposto a avançar nas tratativas “se a ocupação”, como os palestinos se referem a Israel, “tiver intenções genuínas”.

As declarações de Netanyahu foram feitas em Jerusalém, durante o Fórum Heróis de Israel, que reúne israelenses que perderam familiares e amigos nos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023.

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Bombardeios em Gaza continuam

O primeiro-ministro afirmou ainda que Israel retomará os combates em Gaza caso os reféns não sejam libertados até o prazo estabelecido por Trump. No entanto, os intensos bombardeios contra a Faixa de Gaza não foram suspensos, mesmo após o apelo do presidente norte-americano para cessá-los.

Autoridades sanitárias do enclave informaram que pelo menos 15 palestinos foram mortos desde o amanhecer deste domingo. No sábado, quando Trump ordenou que Israel suspendesse “imediatamente” os ataques, 67 pessoas morreram, incluindo 17 na Cidade de Gaza, a maioria crianças e adolescentes.

Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, 67.139 palestinos morreram, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

O órgão acredita que o número seja ainda maior, devido às vítimas sob escombros e espalhadas pelas ruas, onde ambulâncias e equipes da Defesa Civil não conseguem chegar.

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