Operação ‘Lança do Sul’: EUA aumentam ações militares sob pretexto de combate ao narcotráfico

Governo Trump ativa operação militar no Caribe em meio à escalada contra Nicolás Maduro.

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 07:04, em 14 de Novembro de 2025)
Secretário de Guerra, Pete Hegseth, fala em coletiva.
Legenda: A operação será conduzida pelo Comando Militar do Sul.
Foto: Eugene Hoshiko / AFP.

O governo Trump anunciou nesta quinta-feira (13) uma nova ofensiva militar batizada de “Lança do Sul”, apresentada como uma ação para enfrentar “narcoterroristas” e reforçar o combate ao tráfico de drogas no hemisfério sul. 

A operação será conduzida pelo Comando Militar do Sul, que ampliou sua presença com navios de guerra posicionados próximos à costa da Venezuela.

No X, o secretário de Guerra, Pete Hegseth, disse que a missão é “defender a pátria” e mirar grupos criminosos que, segundo ele, ameaçam os Estados Unidos. Ele não detalhou onde a operação ocorrerá, mas os EUA vêm intensificando atividades militares no Caribe — movimento que o governo de Nicolás Maduro interpreta como sinal de uma possível intervenção.

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A operação não é exatamente nova: em janeiro, o próprio Comando Sul já havia divulgado uma missão com o mesmo nome, focada no uso de sistemas autônomos para monitorar o tráfico ilícito na região.

Escalada militar

O anúncio ocorre na mesma semana em que o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, chegou à área de operações na América Latina para reforçar ações contra organizações criminosas transnacionais. Ele se soma a um contingente militar que inclui destroyers, jatos de combate, helicópteros e bombardeiros.

Nos últimos dois meses, os EUA afirmam ter destruído mais de 20 embarcações no Caribe e no Pacífico, deixando mais de 70 mortos. Washington diz que todas estavam ligadas a grupos narcoterroristas.

O Secretário de Guerra, Pete Hegseth.
Legenda: Nos últimos dois meses, os EUA afirmam ter destruído mais de 20 embarcações no Caribe e no Pacífico.
Foto: Brendan Smialowski / AFP.

A escalada coincide com o aumento da pressão sobre Nicolás Maduro. Após elevar para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação do presidente venezuelano, autoridades americanas passaram a considerar que ele pode ser um “alvo legítimo” em ações contra cartéis.

Segundo a revista The Atlantic, Maduro estaria avaliando negociar sua saída do poder em troca de anistia e garantias de segurança no exílio.

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