Kiska, a 'orca mais solitária do mundo', morre aos 47 anos no Canadá
Kiska viveu sozinha em um tanque na última década e sua morte foi lamentada por ativistas
Conhecida popularmente como a "orca mais solitária do mundo", Kiska morreu nesta sexta-feira (1), no parque Marineland, em Ontário, Canadá. O animal tinha 47 anos e havia sido separado da família aos três. Kiska viveu sozinha em um tanque na última década e sua morte foi lamentada por ativisatas.
"A equipe de cuidados com mamíferos marinhos de Marineland e os especialistas fizeram todo o possível para dar conforto a Kiska e lamentaram sua perda", disse uma nota emitida pelo parque.
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Ela era a última orca viva em cativeiro no Canadá, e nos últimos 12 anos esteve sozinha, mesmo sendo a orca um animal sociável. O mamífero por muitas vezes nadava em círculos, indicando uma situação de agoia profunda.
O parque divulgou a causa da morte como infecção bacteriana.A direção do Marineland disse ao "St. Catharine's Standard" que sua saúde vinha piorando havia semanas. Suas permanência no parque era alvo do protesto de muitas entidades de defesa dos direitos dos animais.
Separada da família
Em 1979, aos 3 anos de idade, Kiska foi separada de sua família perto da Islândia, juntamente com uma outra orca chamada Keiko, que estrelou o filme, de 1993, "Free Willy".
As duas foram vendidas a Marineland. Keiko mais tarde foi transferida para o Reino Aventura, parque no México. Além disso, Ikaika, companheiro de Kiska, foi transferido ao SeaWorld em Orlando, nos EUA, em 2011, o que a deixou sozinha.
Kiska teve cinco filhotes. Todos morreram antes dela. A mais jovem, Athena, faleceu em 2009.
"Kiska, amplamente conhecida como a 'orca mais solitária do mundo', morreu depois de viver mais de 40 anos em um tanque em Marineland, com mais de uma década em confinamento solitário", diz um comunicado da organização Animal Justice.
"As orcas são animais incrivelmente sociais, mas Kiska não tinha ninguém ao seu lado desde 2011 e sofria de uma solidão agonizante, bem como da falta de espaço e estímulo mental em seu pequeno tanque estéril", continuou.
"A morte trágica de Kiska marca o fim do cativeiro das orcas no Canadá para sempre. Lembremo-nos de seu sacrifício pela mudança. Ela era uma garota incrível", lamentou Phil Demers, ex-adestrador em Marineland.
A morte de Kiska também marca o fim das orcas mantidas em cativeiro em todo o Canadá, devido a uma lei aprovada em 2019, que proíbe baleias, golfinhos, orcas e botos de serem mantidos em cativeiro. Violação desta lei pode acarretar multa de até R$ 1 milhão.