Israel acusa jornalista da Al Jazeera de ser terrorista do Hamas e manter três reféns em sua casa
Abdallah Aljamal foi morto quando soldados das forças especiais invadiram a casa dele, no centro de Gaza, durante operação
O Exército de Israel acusa um jornalista da Al Jazeera de manter três reféns em casa, acompanhado da família dele antes de ser morto por comandos israelenses durante uma operação de resgate no sábado (8). A informação foi publicada no perfil oficial da força de segurança na rede social "X".
"O 'jornalista' Abdallah Aljamal era um terrorista do Hamas que mantinha Almog, Andrey e Shlomi como reféns na casa da sua família em Nuseirat", afirmou o exército em postagem.
Em seguida, a força de segurança afirmou: "nenhum colete de imprensa pode torná-lo inocente dos crimes que cometeu".
Segundo o jornal The New York Post, Abdallah Aljamal também trabalhava como porta-voz do Ministério do Trabalho administrado pelo Hamas.
Por fim, o exército mencionou o grupo de comunicação Al Jazeera em publicação e questionou o fato do nome e foto do jornalista ainda aparecer no site oficial da empresa: "O que esse terrorista está fazendo no seu site?".
Até a publicação dessa matéria, a emissora de TV e o portal de notícias Al Jazeera ainda não haviam se pronunciado sobre o assunto.
A página de Abdallah no site da emissora descreve ele sendo "repórter e fotojornalista baseado em Gaza". Ele frequentemente relata os protestos em curso da "Marcha do Retorno" na cerca que separa Gaza de Israel.
Israel estende proibição a Al Jazeera por 45 dias
A proibição das operações da Al Jazeera em Israel foi prorrogada por mais 45 dias pelo regulador de telecomunicações de Israel neste domingo (9), depois que o gabinete concordou que as transmissões da emissora representavam uma ameaça à segurança.
Um tribunal de Tel Aviv manteve na semana passada uma proibição inicial de 35 dias às operações da Al Jazeera em Israel, imposta pelo governo por motivos de segurança nacional, que terminou nesse sábado (8).
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Numa decisão separada sobre uma petição da Al Jazeera contra o encerramento, o Supremo Tribunal de Israel descreveu a medida contra o canal de radiodifusão apoiado pelo Qatar como “um precedente criado”.
A decisão deu ao governo de Israel até 8 de agosto para apresentar argumentos sobre "por que não deveria ser determinado que a lei que impede uma emissora estrangeira de prejudicar a segurança nacional" é nula. A Al Jazeera disse ao tribunal que não incitava a violência ou o terrorismo e que a proibição era desproporcional, mostraram documentos judiciais. O canal, que criticou as operações militares de Israel em Gaza, disse que planejava recorrer da última extensão da proibição.